sexta-feira, 14 de março de 2014



Fernando Liguori

O presente capítulo é uma compilação de instruções dadas nos cursos de Formação em Yoga, Oficina de Prāṇāyāma, Oficina de Meditação e Curso de Kuṇḍalinī Yoga do Instituto Kaula Yoga.


1. Recomendações para prática de āsana

As recomendações seguintes devem ser bem entendidas antes de seguir adiante. Embora qualquer pessoa possa praticar, os āsanas se tornam mais eficientes e benéficos quando executados de maneira apropriada, depois de uma preparação adequada.

Respiração: Sempre respire pelo nariz, a menos que instruções contrárias sejam dadas. Tente coordenar a respiração com os movimentos dos āsanas.

Consciência: Este aspecto é tão importante na prática dos āsanas como em todas as outras práticas do Yoga. O propósito da prática de āsanas é influenciar, integrar e harmonizar todos os níveis do ser: físico, energético, mental, emocional, psíquico e espiritual. A principio pode parecer que os āsanas estão meramente relacionados ao nível físico, pois eles lidam com o movimento em diferentes partes do corpo. Contudo, eles têm um profundo efeito em todos os níveis do ser, caso sejam combinados com a consciência.

Consciência tem muitas conotações. Neste contexto pode ser entendida como percepção concentrada nos movimentos físicos, na postura corporal, no controle e sincronismo da respiração, na contagem mental, nas sensações corporais, no movimento do prāṇa, na concentração em alguma parte do corpo ou cakra e, o mais importante, em quaisquer pensamentos ou sentimentos que surjam durante a prática. No conceito de consciência, está implícita a idéia de aceitação de qualquer tipo de pensamento ou sentimento que surja inesperadamente. Essa consciência é essencial para se obter os benefícios máximos da prática.

Lado direito e esquerdo: Normalmente, as pessoas têm mais facilidade em realizar os āsanas para o lado direito, por ser este o mais utilizado nos padrões de comportamento. Entretanto, uma vez que o āsana seja aprendido, é essencial praticá-lo também para o lado esquerdo. Isso tornará a mente mais consciente.

Relaxamento: Śavāsana poderá ser executado em qualquer momento durante a prática, especialmente quando estiver sentindo cansaço físico ou mental. Também deve ser praticado como conclusão da execução dos āsanas.

Seqüência: Depois de realizar ṣaṭ-karmāṇi, pratique āsanas, na seqüência prāṇāyāmas, pratyāhāra e dhāraṇā que conduzem a meditação.

Contraposição: Quando se pratica principalmente o grupo de āsanas intermediário e avançado, é importante que o programa seja estruturado de tal forma que as flexões para trás sejam seguidas de flexões para frente e vice-versa. Além disso, tudo o que for praticado de um lado do corpo deve ser repetido para o outro lado. Essas contraposições são necessárias para trazer o corpo de volta ao estado de equilíbrio. Para certos āsanas descritos neste curso são recomendadas contraposições específicas.

Hora da prática: Āsanas podem ser praticados a qualquer hora do dia, exceto depois das refeições. O melhor horário, contudo, é o período de duas horas antes do amanhecer. Este período do dia, conhecido em sânscrito como brahmamuhurta, é o mais propício para práticas avançadas. Neste momento, a atmosfera está pura e calma, as atividades do estômago e intestino estão paradas, a mente não tem nenhuma impressão profunda no nível consciente e está vazia de pensamentos, preparando-se para o longo dia que virá pela frente. O praticante provavelmente perceberá que seus músculos estão mais rígidos neste período da manhã, comparado ao período da tarde quando eles estão mais flexíveis. Não obstante, este é o momento mais recomendado para sua prática. Outro período favorável é à tarde, no período de duas horas que compreendem o pôr-do-sol.

Gestação: Muitos āsanas são úteis para o processo de gestação, mas é importante a orientação de um médico e um professor qualificado antes de iniciar a prática. Não se deve forçar as posturas ou realizar inversões nos estágios mais avançados da gestação.

Limitações da idade: Os āsanas podem ser praticados por pessoas de todas as idades.

Lugar para prática: Pratique em uma sala bem ventilada que esteja calma e silenciosa. Os āsanas também podem ser praticados ao ar livre, mas o ambiente deve ser agradável, um belo jardim com árvores e flores, por exemplo. Não pratique exposto ao vento, ao frio, ao ar poluído, esfumaçado ou com odores desagradáveis. Não pratique perto móveis, fogo ou qualquer coisa que atrapalhe uma queda livre no solo, especialmente quando estiver executando inversões. Muitos acidentes ocorrem porque as pessoas caem em cima de objetos. Não pratique debaixo de ventilador, a menos que esteja extremamente quente.

Manta: Use uma manta dobrada, confeccionada com material natural, como isolante entre o corpo e a terra. Não use colchão esponjoso, pois ele não dá apoio suficiente para coluna.

Roupas: Durante a prática, é melhor usar roupas soltas, claras e confortáveis. Antes de começar, retire os acessórios como relógio, jóias etc.

Banho: Tente tomar um banho frio antes de começar a prática. Isso potencializará os efeitos dos āsanas.

Esvazie os intestinos: Antes de iniciar o programa de āsanas, a bexiga e os intestinos devem estar vazios. Se você tem intestino preso, tome dois ou três copos de água morna com um pouco de sal e pratique os āsanas da seqüência śankhaprakṣalana: tadāsana, tyriaka-tadāsana, kati-cakrāsana, tyriaka-bhujaṅgāsana e udaranakarśanāsana. Isso deverá eliminar a constipação. Caso contrário, a prática de pawanmuktāsana (série anti-gástrica) poderá ajudar. Escolha um horário diário para ir ao banheiro antes da prática de āsanas. Não tensione, tente relaxar todo o corpo. Depois de algumas semanas os intestinos estarão funcionando automaticamente no mesmo horário todos os dias. Evite usar drogas laxativas.

Estômago vazio: O estômago deve estar vazio durante a prática de āsanas. Para se certificar disso, os āsanas não devem ser praticados por pelo menos três ou quatro horas após uma refeição. Uma razão pela qual a prática da manhã é recomendada é o fato de o estômago estar vazio.

Dieta: Não há uma dieta especial para praticantes de āsanas, embora seja melhor comer com moderação e consumir alimentos naturais. Entretanto, para os estágios mais avançados da prática, uma dieta vegetariana é essencial. Na hora da refeição, é aconselhável preencher metade do estômago com comida, um quarto com água ou líquido e deixar o outro quarto vazio. Coma para satisfazer a fome e nunca a ponto de sentir peso ou letargia. Coma para viver e não viva para comer.

Quando os āsanas são praticados com objetivo espiritual, os alimentos oleosos e picantes devem ser evitados, pois além de serem pesados, causam acidez e gases no sistema digestivo.

Não force: Nunca force de maneira imprópria enquanto estiver praticando āsanas. Iniciantes podem ter os músculos rígidos no princípio, mas depois de várias semanas de prática regular, eles irão se surpreender ao notar que seus músculos estão muito mais flexíveis.

Contra-indicações: Pessoas com fraturas nos ossos ou que estejam sofrendo com distúrbios ou doenças crônicas como úlceras estomacais, tuberculose ou hérnia. Aqueles que estão se recuperando de alguma operação devem consultar um médico ou professor de Yoga experiente antes de iniciar a prática. Cuidadosamente os praticantes deveriam observar as contra-indicações dadas no fim de cada āsana.

Āsana invertido: Pessoas com problemas cardíacos, pressão alta, arteriosclerose, glaucoma, infecção ocular ou qualquer doença cerebral devem abster-se das posturas invertidas. Aqueles com problemas na coluna cervical não devem praticar posturas em que o pescoço seja sobrecarregado. Para todos os āsanas em que a cabeça esteja abaixo da linha dos quadris (semi-invertidas), deve-se aplicar as orientações para as invertidas.

Interrupção da prática de āsanas: Se houver dor excessiva em alguma parte do corpo, os āsanas devem ser interrompidos imediatamente e, se necessário, deve-se buscar orientação médica. Não permaneça em um āsana se estiver sentindo desconforto.

2. Recomendações para prática de prāṇāyāma

Nos textos tradicionais, existem inúmeras regras e regulamentos associados à prática do prāṇāyāma. Os pontos principais envolvem exercer a moderação, equilíbrio e bom-senso no que diz respeito à maneira de se viver, tanto interna quanto externamente. Contudo, para aqueles que desejam seriamente chegar às práticas avançadas de prāṇāyāma, a orientação de um guru ou professor experiente é essencial.

Contra-indicações: Prāṇāyāma não deve ser praticado durante qualquer doença. Apenas técnicas simples como consciência na respiração e a respiração abdominal em śavāsana podem ser feitas. Observe cuidadosamente as contra-indicações para cada prática.

Horário para prática: O período para prática de prāṇāyāma é bem cedo pela manhã, quando o corpo está descansado e a mente com poucas impressões. Se isso não for possível, um outro momento apropriado é logo após o pôr-do-sol. Prāṇāyāmas que acalmam podem ser praticados antes de dormir. Tente praticar regularmente no mesmo horário e local. A regularidade na prática aumenta o poder e a força de vontade, assim como prepara o corpo e a mente para o aumento da força do prāṇa. Não tenha pressa, um progresso lento e estável é essencial.

Banho: Tome um banho antes de iniciar a prática, ou pelo menos lave as mãos, o rosto e os pés. Não tome banho por, pelo menos, meia hora depois da prática, permitindo assim que a temperatura do corpo se normalize.

Roupas: Use roupas confortáveis, folgadas e feitas de fibras naturais durante a prática. O corpo pode ser coberto com um lençol ou com uma manta quando estiver frio ou para evitar insetos.

Estômago vazio: Espere passar pelo menos três a quatro horas depois de uma refeição antes de iniciar a prática de prāṇāyāma. O alimento no estômago exerce pressão sobre o diafragma e os pulmões, tornando a respiração completa difícil.

Dieta: Uma dieta balanceada de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais é favorável para muitas das práticas de prāṇāyāma. A combinação recomendada envolve grãos, cereais, frutas frescas e vegetais com um pouco de leite ou derivado, caso seja necessário. Quando se inicia a prática de prāṇāyāma, podem ser notadas constipação e redução na quantidade de urina. No caso de ressecamento, interrompa a ingestão de sal, pimentas e beba bastante água. No caso de diarréia, interrompa a prática por alguns dias e adote uma dieta à base de arroz e iogurte. Os estágios mais avançados de prāṇāyāma requerem uma mudança na dieta e um guru deve ser consultado em busca de orientações.

Local de prática: Pratique em uma sala onde o ambiente seja quieto, limpo e prazeroso. Deve haver boa ventilação, mas sem correntes de vento. Como regra geral, evite praticar diretamente sob a luz do sol, uma vez que o corpo se tornará superaquecido, exceto ao amanhecer, período em que os raios solares são suaves e benéficos. Praticar expondo-se ao vento, ar-condicionado ou debaixo de um ventilador pode perturbar a temperatura corporal, causando resfriados.

Respiração: Sempre respire através das narinas, evitando a respiração bucal, a menos que haja instruções específicas. As narina devem estar limpas e fluindo livremente. Bloqueios na mucosa podem ser eliminados com a prática de jala-neti ou kapālabhāti. Se o fluxo de ar nas narinas é inadequado, isso pode ser regulado com a prática de padadhirāsana e com uma técnica de respiração equilibrante.

Seqüência: O prāṇāyāma deve ser praticado depois dos ṣaṭ-karmaṇī (seis ações de limpeza) e āsanas (posturas) e antes da prática de meditação. Nāḍī-śodhana-prāṇāyāma deve ser praticado em cada sessão de prāṇāyāma, pois seus efeitos de purificação e equilíbrio são a base para o sucesso da prática. Depois da prática de prāṇāyāma pode-se deitar em śavāsana por alguns minutos a fim de se assimilar os efeitos da prática.

Posição sentada: Uma posição meditativa, confortável e estável, é necessária para gerar respiração eficiente e firmeza corporal durante a prática. Siddhāsana ou siddha-yoni-āsana são as melhores posturas para a prática de prāṇāyāma. Durante toda a prática, o corpo deve estar o mais relaxado possível, com a coluna alongada e o pescoço e a cabeça alinhada. Sente-se sobre uma manta dobrada de fibras naturais para assegurar maior condutividade energética durante o processo. Aqueles que não podem sentar em uma posição meditativa, poderão encostar em uma parede, com as pernas esticadas ou até mesmo em uma cadeira, onde possam manter a coluna ereta. Para maiores detalhes sobre os āsanas apropriados para a prática do prāṇāyāma, veja próxima seção.

Evite esforço: Em todas as práticas de prāṇāyāma, é bom lembrar que a instrução de não forçar, não tentar aumentar a capacidade rápido demais, aplica-se da mesma forma para a prática dos āsanas. O aconselhado é praticar uma técnica de prāṇāyāma durante um período de tempo antes de passar a uma prática de duração mais avançada. É sábio seguir as instruções. Além disso, a retenção da respiração é mantida apenas pelo tempo que for confortável. Os pulmões são órgãos muito delicados e o mau uso pode facilmente danificá-los. Não apenas o corpo físico, mas também os aspectos mentais e emocionais da personalidade necessitam de tempo para se ajustarem. Nunca force ou exagere de alguma forma.

Efeitos colaterais: Vários sintomas podem se manifestar em pessoas normais e saudáveis. Estes são causados pelo processo de purificação e expulsão de toxinas. Podem ocorrer sensações de coceiras, pontadas na pele, calor, frio, leveza ou peso. Tais experiências são, geralmente, temporárias. Mas se persistirem no decorrer das práticas, oriente-se com um professor de Yoga. Níveis de energia podem aumentar ou variar; interesses podem mudar. Se alguma mudança causar dificuldades no estilo de vida, diminua a prática ou mesmo interrompa e busque orientação com um professor competente ou um guru.

3. Recomendações para prática de kuṇḍalinī-yoga: prāṇāyāmas, mudrās, bandhas e kuṇḍalinī-kriyās

As seguintes orientações aplicam-se a ambas as práticas específicas com os cakras e às técnicas avançadas de kuṇḍalinī-kriyā (kriyā-yoga). Elas devem ser seguidas tão cautelosamente quanto possível.

O aspirante que deseja fervorosamente seguir o kuṇḍalinī-yoga tem que aproximar-se do caminho com uma atitude diferente. Sua vida tem de se tornar um sādhanā e ele deve ser totalmente dedicado à sua prática e sua meta (iṣṭa). Ele terá de viver uma vida de moderação e maior conscientização em suas responsabilidades diárias. Ele ou ela tem de ser um guerreiro na vida e deve procurar a orientação de um guru competente que possa apontar o caminho para a busca espiritual. O kuṇḍalinī-yogī tem de ser ardente e fiel à sua prática e as instruções do seu guru. Ele terá de dedicar mais tempo em cada manhã para aperfeiçoar as práticas dadas neste curso.

Seja qual for o seu objetivo na vida e sejam quais forem os seus compromissos e responsabilidades, kuṇḍalinī-yoga pode definitivamente ajudá-lo a se tornar mais eficiente, mais pacífico e mais consciente. Procure as instruções de um saṃnyāsin ou um professor qualificado de Yoga, aprenda as técnicas e pratique-as sistematicamente de acordo com a quantidade de tempo disponível a cada dia. Desta forma, sua vida vai ser transformada na mais emocionante aventura – a viagem para a experiência interior e única.

Dieta: A maioria das pessoas que estão prontas para o kuṇḍalinī-yoga levam uma vida bem regulada, tendo uma dieta vegetariana equilibrada. Se você ainda se alimenta tarde, bebe álcool e come grandes quantidades de carne, sugerimos que lentamente reduza estes hábitos e faça alguns dos ṣaṭ-karmāṇis do haṭha-yoga, tais como a śankhaprakṣalana. Na verdade, nós sugerimos que não inicie os kuṇḍalinī-kriyās até que tenha se tornado vegetariano completamente. É uma indicação dada pelos śāstras que qualquer prática de kuṇḍalinī-yoga seja feita por um adepto sutilizado.

Comer com moderação uma comida vegetariana, fresca, limpa e de fácil digestão. Isso recebe o nome de mitāhāra, o sādhanā da alimentação e um pré-requisito a execução das práticas avançadas de kuṇḍalinī-yoga. Kuṇḍalinī-yoga é um sistema que purifica todo o corpo. Se houver excesso de toxinas no corpo pode ocorrer um drástico processo de depuração. O consumo alimentar demasiado também tornará mais difícil fazer a maioria das técnicas corretamente, especialmente prāṇāyāma e aquelas que envolvem uḍḍīyāna-bandha. Use sua discriminação na escolha dos alimentos que come. Lembre-se, todos os cursos de kuṇḍalinī-yoga ministrados nos aśrams de nossa tradição são acompanhados obrigatoriamente de restrições alimentares, por isso, adote restrições semelhantes. Mas por favor, não passe fome ou torne-se caprichoso; apenas tente adotar hábitos alimentares sensatos, sadios.

Doença: Se você sofre de qualquer enfermidade física, aconselhamos não iniciar as técnicas de kuṇḍalinī-yoga. Primeiro tome medidas para curar sua doença por qualquer meio adequado, possivelmente haṭha-yoga. Se necessário, entre em contato com algum professor de Yoga qualificado para orientação. Se você sofre de qualquer doença mental ou problemas emocionais sérios, não deve, no presente, iniciar as práticas de kuṇḍalinī-yoga. Faça outras práticas de Yoga para trazer harmonia em sua vida e mente e, em seguida, inicie kuṇḍalinī-yoga. As técnicas de kuṇḍalinī-yoga são muito poderosas e se você não tiver certo grau de estabilidade mental, pode piorar sua condição. Em caso de dúvida, entre em contato conosco. O bom funcionamento da saúde é o requisito básico para a prática de kuṇḍalinī-yoga.

Preparação yogī: Antes de iniciar as técnicas de kuṇḍalinī-yoga orientadas neste curso, você deve ter certa proficiência em haṭha e pātañjala-yoga. Isso leva alguns anos. Particularmente, você deve ser proficiente nas seguintes técnicas: pawanmuktāsana (série anti-reumática, anti-gástrica e śakti-bandha-āsanas), sūrya-namaskāra, āsanas tais como sarvāṅgāsana, dhanurāsana, śalabhāsana, bhujaṃgāsana, matsyāsana, paścimottānāsana e ardha-matsyendrāsana, bem como os ṣaṭ-karmāṇis e as práticas básicas de prāṇāyāma. No entanto, ao dominar essas técnicas você precisará ter a orientação regular de um qualificado professor de Yoga.

Horário: A melhor hora do dia para executar seu sādhanā é no início da manhã, duas horas antes do amanhecer. Este horário é conhecido como brahmamuhurta em sânscrito, o tempo divino. Neste momento a energia espiritual é elevada e há menos perturbações, tanto externas quanto internas, do que em qualquer outro período do dia. No entanto, se você não puder praticar durante o brahmamuhurta, escolha outro horário, quando o estômago não estiver cheio.

Local para prática: Tente praticar no mesmo local todos os dias. Isto irá gradualmente construir uma atmosfera positiva que irá ser útil para seu sādhanā. Seu local de prática deve ser limpo, pacífico e bem ventilado. Deve ser seco e nem muito quente e nem muito frio. Não pratique sobre o chão descoberto; coloque um cobertor ou tapete sob você. Se necessário, se envolva com um cobertor ou lençol. Tente evitar o uso de ventiladores, a menos que seja absolutamente necessário.

Roupas: O vestuário dependerá do clima prevalecente, mas deve ser tão leve, solto e confortável quanto possível.

Regularidade: Tente praticar diariamente num tempo fixo, sem faltar, seguindo passo-a-passo o programa que temos ministrado neste curso. Em certos dias, a mente pode inventar alguma razão para não praticar, ou pode estar transtornada, perturbada ou agitada. Contanto que não exista doença, você deve se esforçar para fazer sua prática todos os dias, no mesmo horário, no mesmo local. Aja o que houver, execute o seu sādhanā.

Praticas preliminares: Antes de iniciar as práticas de kuṇḍalinī-yoga, tente esvaziar o intestino e tomar um banho frio. Se você vive em um clima frio, então, pelo menos, lave o rosto com água fria. Isto é essencial para remover a sonolência. É uma boa idéia fazer alguns āsanas antes do início das práticas de kuṇḍalinī-yoga. Se o tempo não permitir, então, pelo menos, faça de 5 a 10 ciclos de sūrya-namaskāra, começando lentamente e, em seguida, acelerando o ritmo. Isto deve ser seguido por um curto período de descanso em śavāsana até que o ritmo de respiração volte ao normal.

Conscientização: Se a mente se dispersa aqui e ali como um macaco selvagem, não se preocupe. Deixe que os pensamentos e as emoções surjam sem repressão. Olhe-os com a atitude de uma testemunha e continue a sua prática. Gradualmente a mente se tornará preparada. Aconteça o que acontecer, sua prática deve continuar. Essa atitude de assistir à mente, sem interferir, pode ser definida como conscientização.

4. Recomendações para prática de meditação

Para conseguir experienciar a genuína meditação é necessário seguir algumas regras, medidas e precauções básicas. As sugestões que agora se seguem foram planejadas para aquelas pessoas que nunca ouviram falar de meditação ou aquelas que possuem aspiração para experimentar em si os efeitos poderosos das técnicas meditativas. Falta de preparo pode impedir o avanço progressivo na experiência da meditação, principalmente nos estágios iniciais. Portanto é importante que as sugestões que se seguem possam ser assimiladas e praticadas da melhor maneira e sempre que possível.

Tempo: É melhor que você estabeleça um tempo fixo para sua prática meditativa. Essa regularidade estabiliza a rotina familiar garantindo a mente e o corpo o preparo adequado para prática.

O melhor período para prática é bem cedo pela manha ou à noite antes de se deitar. Mas o melhor horário mesmo é entre quatro e seis da manha. Esse horário, conhecido como brahmamuhurta, é o melhor para se experienciar estados meditativos. Neste período o corpo e a mente estão preparados para um relaxamento mais profundo. Além do mais, este é o horário mais tranqüilo do dia com menor probabilidade ao incomodo de fatores externos. É o período do dia em que você está menos perturbado com seus problemas diários.

É importante praticar antes de comer ou algumas horas depois. É difícil relaxar com o estômago cheio. Se você precisa praticar após as refeições coma moderadamente.

Duração: Muitas pessoas, entusiastas como são nos estágios iniciais da prática meditativa, dedicam muito tempo a meditação. Contudo, esse entusiasmo gradualmente tende a diminuir. Por exemplo, uma pessoa decide praticar por uma hora todos os dias. No segundo dia esse tempo é reduzido por qualquer desculpa. No terceiro dia a prática será reduzida por outras desculpas e no quarto a prática será abandonada completamente. Portanto, é melhor começar com uma duração suportável que pode ser mantida todos os dias. Dez minutos de prática todos os dias são melhores que uma hora em dias ocasionais. Seja realista e escolha um período de tempo que possa dedicar à meditação todos os dias. Na medida em que progride, gradativamente vá aumentando o tempo da prática, sempre na medida do possível. É importante não ver a prática como uma obrigação. Ela deve ser vista com prazer.

Postura: As melhores posturas para meditação são padmāsana, siddhāsana, siddha-yoni-āsana ou outras como swastikāsana e ardha-padmāsana. Estas são posturas meditativas. Eles serão abordadas no módulo sobre meditação.

Lugar para prática: Para praticar, escolha um lugar limpo e com uma atmosfera serena. Ele deve ser ventilado, mas há que se ter cuidado com brisas muito frias. Deve ser seco e confortavelmente aquecido. Não sente no chão frio. Coloque uma manta, um tapetinho ou uma almofada debaixo dos glúteos. Deixe um espaço confortável para sua prática, dessa maneira a mobília ou outros objetos não lhe incomodarão. Tente usar o mesmo espaço diariamente.

Roupas: Isso depende da condição climática. Contudo, as roupas devem ser as mais leves possíveis sob quaisquer circunstâncias. Elas não devem comprimir ou interferir, de modo algum, no processo respiratório.

Se existem muitos mosquitos ou outros insetos, coloque uma manta comprida e fina ao seu redor para mantê-los afastados. Uma alternativa, para aquelas pessoas que vivem em climas tropicais, é realizar a prática meditativa sob um mosquiteiro de cama. Isso é muito importante, pois é difícil meditar apropriadamente com mosquitos e outros insetos zunindo no ouvido.

Sono: É normal para maioria das pessoas dormirem na medida em que relaxam. Mas este não é o objetivo das práticas meditativas. Muitas pessoas acordam um pouco mais cedo para executarem sua prática de Yoga e meditação e a maioria delas encontra dificuldades em permanecer acordadas. Esforço é requerido. Tente não dormir, afinal, se cair no sono, estará perdendo seu tempo em acordar mais cedo para praticar. Se você quer dormir, então é melhor que fique na cama. Existem vários métodos para superar esta tendência: ir para cama mais cedo ou tomar um banho frio antes da prática. Existe um método em particular que opera sobre um longo período de tempo: a auto-sugestão. Quer dizer, sugira a si mesmo antes da prática – e em outras horas do dia – que você não irá dormir durante a prática meditativa. Se você faz dessa sugestão uma resolução psíquica, então estará criando raízes desta idéia em seu subconsciente.

Provavelmente a melhor maneira de superar o sono é a execução de āsanas (posturas) e prāṇāyāmas (respiratórios para o refinamento da bioenergia) antes da meditação. Essas técnicas são excelentes, pois induzem o fortalecimento da consciência. A parte disso, elas também induzem o relaxamento total do complexo corpo-mente. Portanto, elas são um poderoso instrumento pelo qual podemos tirar o máximo proveito das técnicas meditativas. Por essa razão, nós recomendamos a execução de āsanas e prāṇāyāmas antes da meditação como parte integral do programa diário de prática.

Existem pessoas que se sentem exaustas após a prática meditativa. Esta sensação de exaustão é exatamente o oposto daquilo que se espera conseguir por meios destas práticas. Meditação, acima de tudo, deve nos trazer um estado profundo de relaxamento. Se a prática meditativa falha neste ponto, então é certo que ela não está sendo executada devidamente. Se este é o seu caso, provavelmente você está criando tensão ao tentar se concentrar em vez de estar consciente permitindo que a mente vagueie. Não lute contra a mente como se ela fosse um inimigo que deve ser conquistado pela força. Trate-a como amiga e tente influenciá-la pela persuasão gentil. A meditação deveria ser a fonte da felicidade e do regozijo. Isso ocorre quando nos sintonizamos com os aspectos mais profundos de nossa natureza. Ela não pode conduzir a tensão ou fadiga. Se este é seu caso, procure por erros, enganos ou lacunas em seu método de prática.

Otimismo e pessimismo: Muitas pessoas esperam passar por experiências genuínas no primeiro dia de prática. Isso quase não acontece. É questão de tempo. Prática com perseverança aliada ao desapego do resultado sempre foi uma das instruções mais importantes para que possamos passar por experiências verdadeiramente meditativas. Mesmo que você não sinta a alegria e a liberdade proporcionadas pela meditação, definitivamente experimentará muitos outros efeitos e benefícios, incluindo uma atitude relaxada perante a vida, aquietação e paz mental.

Às vezes você se encontra desanimado e duvidoso das alegações que fizeram acerca dos benefícios da meditação. Você sente como se estivesse perdendo seu tempo caçando castelos no céu. Todos nós sentimos isso, dessa mesma maneira, uma vez ou outra. Não se desespere por experiências meditativas transcendentais, pois elas são uma herança para todos nós, o tesouro da vida esperando para ser encontrado.

Relaxamento físico: O primeiro obstáculo a ser superado durante as práticas meditativas é a dor no corpo, inflexibilidade e tensão corporal. Isso é um prelúdio essencial para o esquecimento do corpo. É impossível meditar se não há relaxamento, como já estudamos anteriormente. Existem vários métodos parta se relaxar sistematicamente o corpo todo. O melhor método é a combinação de āsanas antes de começar a prática meditativa. Na verdade, os āsanas foram designados para esta finalidade.

Se você não tem tempo para execução dos āsanas, existe um excelente método para induzir o relaxamento no corpo: é a prática de naukāsana. Por um curto período de tempo, naukāsana tenciona todo o corpo e depois o relaxa. Execute por alguns minutos. É um método excelente para relaxar todo o corpo rapidamente. Sua técnica opera sobre o princípio de que após uma acentuada tensão física, existe a tendência do corpo a assumir o oposto extremo, i.e. o relaxamento.

Existe um outro método em que as diferentes partes do corpo são tencionadas ao seu máximo uma após a outra. Deite-se com as costas no chão em śavāsana. Dirija sua consciência à perna direita e tencione-a o máximo possível por um período de tempo, sem forçar. Então relaxe. Repita o processo com a perna esquerda, os dois braços, os punhos, o abdômen, o peitoral, os ombros e finalmente todo o corpo. Essa prática não deve durar mais do que cinco minutos e promove um rápido relaxamento a ser feito antes das técnicas meditativas.

Relaxamento mental: É o objetivo das técnicas meditativas induzir a tranqüilidade mental como veículo para atingir a experiência meditativa mais profunda. Contudo, muitas vezes é difícil progredir nas práticas por conta das tensões mentais e emocionais. Āsanas e prāṇāyāmas são um método excelente de acalmar até mesmo a mente mais turbulenta. Esta é outra razão para se praticar āsanas e prāṇāyāmas antes da meditação.

Muitas vezes nós somos dominados por persistentes pensamentos obsessivos que possuem emoções secundárias como o ciúme, orgulho, medo e muitos outros. Eles não são fáceis de serem removidos. De maneira nenhuma você deve suprimi-los, pois eles somente irão permanecer adormecidos na mente subconsciente. Deixe que esses pensamentos vagarosos e exaustivos surjam, mas veja-os conscientemente. Quer dizer, olhe para os pensamentos como se eles fossem diferentes de você, como se eles ocorressem fora de você. Dessa maneira eles irão perder a intensidade e cessarão seu domínio sobre você. É claro, a prevenção é melhor que a cura. É preferível que estes pensamentos emocionalmente carregados ocorram o mínimo possível. Isso pode ser conquistado pela adoção das sugestões que discutimos nos módulos anteriores acerca do relaxamento e da meditação. Melhor ainda se aliados a prática do Yoga.

A causa da tensão é a mente. Através das práticas meditativas, o meditante gradativamente vai tendo acesso a fonte de seus desequilíbrios. As pessoas experimentam essa agitação de maneira distinta. Mas essa agitação é apenas a manifestação. A causa ou o núcleo reside nas profundezas da mente. Nós sempre estaremos infelizes e emocionalmente desequilibrados enquanto este núcleo persistir em existir nas profundezas de nossa mente. Este núcleo reside na forma de conflitos e complexos dos quais as atividades exteriores são um mero reflexo. É somente pela visão clara e pelo entendimento dos problemas que residem no subconsciente que eles serão eliminados. O caminho é lento, mas as práticas meditativas nos ajudam a percorrê-lo com segurança. Nesse caminho, o meditante conquistará estados mais relaxados no corpo e na mente. Na medida em que relaxa mais profundamente, gradativamente estará apto a explorar os rincões da mente. Na medida em que se aprofunda nas camadas mais sutis da mente, mais relaxamento é produzido. É uma via de mão dupla que ocorre com o cultivo da prática disciplinada.

Cognição racional: Tente não envolver seus pensamentos intelectuais nas práticas de meditação, pois o objetivo da meditação é transcender pensamentos racionais ou irracionais. Isso não é um processo fácil. Não suprima a contínua torrente de pensamentos, mas novamente: esteja completamente consciente deles. Absorva a si mesmo no aspecto prático da meditação.

Veículo para consciência: Um símbolo ou som é requerido para agir como veículo para fixação de sua atenção. Dessa maneira é possível dirigir a consciência para os reinos da mente. Geralmente, o veículo para consciência é mais poderoso se ele possui um significado profundo. Você estará apto a experienciar a concentração profunda se o objeto prender toda sua atenção, pois dessa maneira sua consciência estará menos propensa a vagar, podendo penetrar com mais facilidade nas camadas da mente. Se o objeto (veículo para consciência) tiver pouco ou nenhum significado para você, então sua consciência certamente estará mais propensa a divagação. Sob essa circunstância a experiência meditativa pode ser frustrante e você pode gerar tensão no esforço de atingir o unidirecionamento da consciência. Isso prejudica o sucesso na prática.

Qualquer coisa pode ser usada como veículo para consciência. Se você faz parte de determinado grupo religioso, pode utilizar uma imagem de sua reverência ou de Deus, na maneira em que você concebe sua manifestação. Por exemplo, se você é cristão, provavelmente terá mais sucesso se usar a imagem da cruz, a imagem de Jesus ou de algum santo. Tudo depende de sua devoção. Se você é budista, então pode utilizar a imagem de Buda. Se pratica o hinduísmo, pode escolher entre as muitas encarnações de Deus como Kṛṣṇa, Rāma etc. Você deve usar seu discernimento neste momento. Somente você pode escolher um veículo para sua consciência que possui profundo significado.

Se você não pertence a nenhum grupo religioso, existem muitos outros símbolos que pode usar como veículo para consciência. Se possuir um guru, se concentre em sua forma, ou no símbolo do yin yang, a forma simbólica do auṃ, o processo respiratório, um mantra, uma rosa, um lótus, a lua, o sol, a chama de uma vela etc.

Na medida em que explorar os reinos ocultos de sua mente, notará que será confrontado por um símbolo psíquico que não possui nenhum tipo de significado para você. Mesmo que tente analisar a imagem, não conseguirá compreender seu significado ou porque ela exerce uma influência compulsiva sobre você. O símbolo irá afetá-lo profundamente, pois tamanha é sua intensidade. Pessoas que passam por esse tipo de experiência alegaram estar completamente admiradas pela natureza do símbolo e sua importância valiosa como veículo para consciência. Portanto, se essa experiência ocorreu com você, utilize o símbolo como veículo para consciência se acreditar que ele é a melhor opção para este trabalho. Você pode pintá-lo e desenvolver a habilidade de traçá-lo mentalmente na frente de seus olhos fechados, de forma vívida e clara, seja no papel ou no mental. A consciência corporal é um ótimo veículo para consciência, assim como a consciência respiratória. Esses dois processos são utilizados em inúmeras técnicas desenvolvidas por nós.

Consciência: A essência de toda prática meditativa é o desenvolvimento da consciência. Quer dizer, consciência total de todos os reinos da mente. Sem consciência, a meditação é impossível.

Lembre-se, por consciência – em um primeiro estágio – nós queremos dizer que você deve se manter como uma testemunha do processo que ocorre nas profundezas da mente assim como na prática meditativa que está executando. Em outras palavras, você deve se manter a parte de seus pensamentos. Não se perca ou se envolva com eles. Apenas observe o processo como se fosse um espectador. Se sua mente tem a tendência de vagar e se associar a outras coisas durante sua prática meditativa, não fique frustrado ou tente suprimir essa tendência. Isso acontece com todo mundo. Um dia nos encontramos tão relaxados que nossa consciência automaticamente foca – por si mesma – o objeto de meditação sem esforço. Outro dia nossa atenção salta de um lado para o outro como um macaco bêbado em uma árvore. Devemos aceitar essas oscilações. O caminho para subjugar a mente é permitir que ela vagueie como queira, não forçando a concentração. Dê a mente rédeas livres, mas ao mesmo tempo esteja consciente do fato de que ela está vagando, perambulando, divagando. Em outras palavras, simultaneamente mantenha sua consciência nos diferentes pensamentos e no processo da meditação que está praticando. Após um tempo você notará que a mente, por si mesma, irá parar de vaguear e automaticamente se tornará mais focada na prática. Enfatizamos novamente: não force o direcionamento da mente.

Algumas vezes a mente estará particularmente perturbada. Ela irá incessantemente pular de um pensamento ao outro, completamente obcecada por um problema ou algum outro conflito emocional. Um excelente método para superar essa situação aparentemente impossível – e na esperança de se obter um relaxamento mais profundo em todos os sentidos – é se concentrar na repetição de um mantra inúmeras vezes. Um bom mantra é o auṃ que, nestas condições, pode ser entoado vagarosamente por um longo período de tempo. Se praticar com intensidade, notará uma incrível sensação de calma na mente. É simples, mas muito eficiente.

Obstáculos gerais: Existem vários obstáculos na meditação. Como explicado nas lições anteriores, os maiores impedimentos são os desequilíbrios físicos e mentais. Muitas doenças podem ser removidas ou aliviadas pela prática de āsanas e outras técnicas yogīs como a meditação.

Os distúrbios mentais são de vários tipos: ciúme, ódio, orgulho, egoísmo etc. Eles podem ser arrancados em suas raízes por inúmeros métodos. O método que estamos tratando neste curso são técnicas de meditação aliadas à auto-sugestão com temas desenvolvidos a partir da moral yogī, i.e. yamas e niyamas. Problemas mentais como os descritos acima certamente serão removidos se o praticante utilizar os métodos delineados na lição A Causa Raiz da Tensão, onde a auto-identidade é removida do complexo corpo-mente até o centro da consciência. Neste caminho, os eventos exteriores bem como os desequilíbrios mentais e corporais terão pouco ou nenhum efeito no praticante, dependendo do grau de perfeição da nova identificação.

Problemas ou bloqueios como a depressão podem ser liquidados pelo método acima descrito. Outro método eficiente de remover – mesmo que temporariamente – esses bloqueios é através da prática de mantra-siddhi-yoga ou pela prática com o mantra auṃ vocalizado com unidirecionamento da mente por meia hora ou mais. Caminhada na natureza é uma excelente terapia. Melhor ainda se envolver a meditação e outras práticas yogīs.

A ira é outro obstáculo na meditação. Suas raízes nascem do egoísmo e do apego as trivialidades da vida. Os tópicos sobre auto-identificação na lição Reprograme sua Mente, e os códigos de programação mental da lição A Causa Raiz da Tensão propõem a orientação completa para superação de bloqueios como este. Utilize os métodos deste curso e remova seus distúrbios mentais. Com o tempo você estará executando suas próprias práticas. Neste caminho estará capacitado a remover os maiores obstáculos à meditação. Freqüentemente, nós vivemos tormentas cuja causa não conhecemos ou compreendemos, seja um conflito inconsciente, um complexo, medo etc. A meditação é o método de reconhecer e liquidar esses problemas. Mesmo que seja difícil meditar nas primeiras tentativas, principalmente por conta destes problemas profundamente ocultos, não desista, supere este obstáculo tentando remover a perturbação mental reconhecida pela auto-sugestão. Isso fará com que a mente fique mais calma e relaxada.


Embora a meditação em si possa parecer impossível, o praticante gradualmente começará a reconhecer manifestações das camadas profundas de sua mente emanadas do campo da consciência. Muitas dessas manifestações poderão ser conflitos profundos. Uma vez que sejam reconhecidos, podem ser removidos através da auto-sugestão. É um processo interconectado: quanto mais você purificar a sua mente, mais estará apto a meditar verdadeiramente. Quanto mais você se aproxima do verdadeiro processo meditativo ou começa a acessar as camadas mais profundas de sua mente, mais estará apto a remover os complexos mais enraizados. Quanto mais fundo você pesquisa sua mente, menos problemas irão surgir em sua vida.

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