sábado, 22 de março de 2014



Fernando Liguori


. primeira parte .


O texto que compõe esta lição originalmente faz parte do estudo da segunda etapa da Oficina de Meditação, onde abordaremos as práticas avançadas do kuṇḍalinī-yoga. É um estudo introdutório acerca dos cakras, nāḍīs, granthis, kuṇḍalinī etc.



O significado literal da palavra cakra é roda ou círculo, mas no contexto yogī, uma melhor tradução da palavra em sânscrito é vórtice ou redemoinho. Os cakras são vórtices de energia psíquica e são visualizados e experienciados como movimentos circulares de energia especial em graus de vibração.

Em cada pessoa há miríades de cakras, mas nas práticas do Tantra e do Yoga, somente uns poucos dos principais são utilizados. Estes cakras cobrem todo o espectro do homem, sendo do grosso ao sutil.

Os cakras são fisiológicos, bem como centros psíquicos, cuja estrutura corresponde mais ou menos com as descrições tradicionais. Estes centros nervosos não estão situados dentro da medula espinhal, mas repousam como junções no interior da parede da coluna vertebral. Se você cortar o cordão espinhal transversalmente em diferentes níveis, você pode ver que a matéria cinzenta na seção transversal se assemelha a forma de lótus e as vias ascendentes e descendentes das fibras nervosas correspondem as nāḍīs. Esta comunicação das fibras nervosas controla as diferentes funções fisiológicas de cada porção do corpo. Muitos livros afirmam que os cakras são reservatórios de poder, mas isso não é verdade.

Um cakra é como um poste de eletricidade colocado centralmente, a partir do qual os fios elétricos são levados para diferentes locais, luzes de casas e de ruas nas imediações. Este arranjo é o mesmo para cada um dos cakras. As nāḍīs que emergem de cada cakra carregam prāṇa em ambas as direções. Há um movimento para frente e para trás nas nāḍīs, análogo ao fluxo da corrente alternada em fios elétricos. A comunicação de saída e de entrada reage entrando e deixando o cakra na forma deste fluxo prânico nas nāḍīs correspondentes.

Existem seis cakras no corpo humano, os quais estão diretamente conectados com o mais elevado não-iluminado centro no cérebro. O primeiro cakra é o mūlādhāra. Ele está situado no assoalho pélvico e corresponde ao plexo coccígeno de nervos. No corpo masculino ele repousa entre a abertura urinária e excretora, na forma de uma pequena glândula dormente, denominada de corpo perineal. No corpo feminino ele está situado no interior da superfície posterior do colo do útero.

Mūlādhāra é o primeiro cakra na evolução espiritual do homem, onde se vai além da consciência animal e começa a ser um verdadeiro ser humano. Ele é também o último cakra na conclusão da evolução de um animal. Diz-se que a partir do mūlādhāra-cakra, abaixo e à direita do calcanhar, existem outros pequenos cakras que são responsáveis pelo desenvolvimento do animal e das qualidades do instinto e intelecto humano. Do mūlādhāra-cakra para cima encontram-se os cakras concernentes a iluminação e a evolução do mais elevado homem, ou super homem. O mūlādhāra-cakra tem controle sobre toda a gama de funções excretoras e sexuais no homem.

O segundo cakra é o swādhisṭhāna, localizado no ponto mais baixo ou na terminação da coluna vertebral. Ele corresponde ao plexo sacral dos nervos e controla o inconsciente no homem.

O terceiro cakra é o maṇipūra, situado na coluna vertebral, exatamente na altura do umbigo. Ele corresponde ao plexo solar e controla todo o processo de digestão, assimilação e regulação da temperatura no corpo.

O quarto cakra é o anāhata e ele se encontra na coluna vertebral atrás da base do coração, na altura da depressão no esterno. Corresponde ao plexo cardíaco de nervos, e controla as funções do coração, os pulmões, o diafragma e outros órgãos nesta região do corpo.

O quinto cakra é o viśuddhi, o qual se encontra na região do poço da garganta, na coluna vertebral. Este cakra corresponde ao plexo cervical dos nervos e controla a tireóide complexa e também alguns sistemas de articulação, o palato superior e a epiglote.

Ājñā, o sexto e mais importante cakra, corresponde à glândula pineal, situado no meio do cérebro diretamente acima da coluna vertebral. Este cakra controla os músculos e o inicio da atividade sexual do homem. O Tantra e o Yoga asseguram que o ājñā-cakra, o centro de comando, tem completo controle sobre todas as funções da vida do praticante.

Estes seis cakras servem como interruptores para ligar as diferentes partes do cérebro. O despertar, o qual é trazido nos cakras, é conduzido para o mais elevado centro no cérebro através das nāḍīs.

Há também dois centros superiores no cérebro os quais são comumente referidos como Bindu e sahasrāra. Bindu está localizado no topo atrás da cabeça, onde os brâmanes hindus mantêm um tufo de cabelo. Este é o ponto onde primeiro a unidade se divide em muitos. Bindu alimenta todo os sistema ótico e também é a sede do néctar, ou amṛta.

O sahasrāra é o supremo; ele é o resultado final da kuṇḍalinī-śakti. Ele é a sede da percepção mais elevada. O sahasrāra está situado no topo da cabeça e se correlaciona com a glândula pituitária, a qual controla cada uma e todas as glândulas do sistema do corpo.

As nāḍīs não são nervos, mas sim preferencialmente canais para o fluxo da consciência. O significado literal da palavra nāḍī é fluxo. Assim como as forças negativa e positiva da eletricidade fluem através de circuitos complexos, da mesma forma, prāṇa-śakti (força vital ) e manas-śakti (força mental) fluem através de cada parte de seu corpo através dessas nāḍīs. De acordo com os Tantras, existem 72.000 ou mais canais ou redes pelo que flui a corrente elétrica de um ponto a outro. Estas 72.000 nāḍīs cobrem todo o corpo e através delas o ritmo inerente da atividade nos diferentes órgãos do corpo são mantidos. Dentro desta rede de nāḍīs, existem dez principais canais, e desses dez, três são mais importantes para se controlar o fluxo do prāṇa e a consciência dentre todas as outras nāḍīs. Estas três nāḍīs são chamadas de iḍā, piṅgalā e suṣumṇā. Iḍā-nāḍī controla todo o processo mental, enquanto que piṅgalā-nāḍī controla todo o processo vital. Iḍā é conhecida como a lua e piṅgalā como o sol. A terceira nāḍī, suṣumṇā, é o canal para o despertar da consciência espiritual. Agora a imagem está se tornando clara; prāṇa-śakti – piṅgalā; manas-śakti – iḍā; e ātmā-śakti – suṣumṇā. Você pode considerá-las como força prânica, força mental e força espiritual.

Como suṣumṇā flui no interior do canal central da coluna vertebral, iḍā e piṅgalā fluem simultaneamente na superfície externa da coluna vertebral, ainda dentro da coluna vertebral óssea.

Iḍā, piṅgalā e suṣumṇā-nāḍīs iniciam em mūlādhāra no assento pélvico. De lá, suṣumṇā flui diretamente para cima, dentro do canal central, enquanto iḍā passa pela esquerda e piṅgalā pela direita. No swādhisṭhāna-cakra, ou no plexo sacral, as três nāḍīs voltam a se juntar novamente e iḍā e piṅgalā cruzam-se uma sobre a outra. Iḍā passa para a direita e piṅgalā para a esquerda, suṣumṇā continua a fluir para cima no centro do canal. As três nāḍīs voltam a se encontrar novamente no maṇipūra-cakra, o plexo solar e assim por diante. Finalmente, iḍā, piṅgalā e suṣumṇā encontram-se na glândula pineal, no ājñā-cakra.

Iḍā e piṅgalā funcionam no corpo alternadamente e não simultaneamente. Se você observar suas narinas, perceberá que uma está fluindo livremente e a outra está bloqueada. Quando a narina esquerda está aberta, é a energia lunar, ou iḍā, quem está fluindo. Quando a narina direita está livre, é a energia solar, ou piṅgalā que está fluindo.

Investigações têm mostrado que quando a narina direita está fluindo, o hemisfério esquerdo do cérebro está ativado. Quando a narina esquerda está fluindo, o hemisfério direito é ativado. É assim que as nāḍīs, ou canais de energia, controlam o cérebro e os eventos da vida e da consciência.

Agora, se estas duas energias – prāṇa e citta, piṅgalā e iḍā, vida e consciência, podem funcionar simultaneamente, então ambos os hemisférios do cérebro podem funcionar simultaneamente para participarem, juntos, no pensamento, na vida, nos processos intuitivos e orientados.

Na vida comum isto não acontece porque o despertar simultâneo e o funcionamento da força da vida e da consciência só podem ter lugar no canal central – suṣumṇā, que é conectado com a kuṇḍalinī, a fonte de energia. Se suṣumṇā pode ser conectada com o corpo físico, ela pode reativar as células cerebrais e criar uma nova estrutura física.

Muitos cientistas e filósofos se confrontam com uma grande dificuldade quando se trata de aceitar e explicar a existência dos cakras. Eles não sabem se os cakras se encontram no corpo físico ou no corpo sutil. Se eles existem, no corpo físico, onde estão eles? E, naturalmente, o corpo sutil não é a especialidade da ciência moderna da anatomia.

No passado, os médicos e cientistas perguntavam: Temos conhecimento de muitas operações, porque nós nunca vimos os cakras? Na época, a única resposta que poderia ser dada a eles era: vocês poderiam mostrar as ondas sonoras em um rádio transistor? Já abriu-se rádios, mas nunca encontrou-se a BBC lá. Isto responde as perguntas, mas realmente não as satisfazem. Cientistas querem uma explicação científica, e para isso, novas áreas de investigação estão sendo desenvolvidas.

Um eminente cientista japonês, Dr. Hiroshi Motoyama, inventou máquinas sensíveis para medir a energia vital do corpo. Um aparelho mede o funcionamento das nāḍīs e os respectivos órgãos, e essa máquina está sendo utilizada agora em alguns hospitais japoneses para diagnosticar tendências a enfermidades antes que elas realmente se manifestem. Outra invenção é a máquina do cakra, que registra os impulsos que emanam dos centros psíquicos na medula espinhal. Nesta máquina, é possível registrar impulsos definitivos a partir dessas áreas, em indivíduos que tenham sido praticante de Yoga durante muitos anos, e que despertaram suas faculdades psíquicas. Por exemplo, quando um sujeito pratica prāṇāyāma com kumbhaka (pausa na respiração) e mahā-bandha (contração do períneo, abdômen e tireóide), a máquina registra mudanças nos impulsos emanados a partir dos centros psíquicos. Esta investigação mostra que a energia é definitivamente ativada pelas práticas de Yoga. No entanto, ainda temos uma série de pesquisas a fazer, a fim de fornecer mais explicações científicas.

Ao mesmo tempo, há muitas interpretações diferentes sobre a ciência dos cakras. Claro que as diferenças não são assim tão grandes, mas elas existem. Os pensadores do movimento teosófico e os seus antecessores têm as suas próprias interpretações dos cakras, a sua localização, pontos, cores, etc. Os Rosacruzes e outros poderão dizer alguma coisa completamente diferente e os textos podem apresentar conceitos tântricos totalmente diferentes. Bem, a este respeito, devemos alertar que a ciência que trata dos cakras é o Tantra. Muitos pensadores ocidentais interpretam essa ciência sem ter acesso ao conhecimento tântrico genuíno. Isso gera confusão e falta de informação verdadeira. Aqui iremos estudar a ciência dos cakras em conformidade com a tradição tântrica, sem influências ocidentais.

Percepção dos cakras

Os cakras, kuṇḍalinī e a mente têm aspectos sutis em todos os níveis de vibração. Isto é extremamente complicado e muito da realização destes níveis são muito pessoais. Mesmo assim, diferentes pessoas vêem estes aspectos ocultos a partir de diferentes pontos de visualização. Por exemplo, se tiverem realizações sobre os cakras, estes serão coloridos pelas suas próprias tendências. Alguns têm concentrações até certo nível nos seus aspectos místicos mais sutis, sobre a sua energia prânica e suas manifestações, alguns sobre a sua realidade funcional, alguns em seus efeitos psicológicos, e ainda outros, em suas características físicas concomitantes. Isto normalmente é totalmente correto e, quando se reúnem diversas autoridades, acham que eles não estão falando das mesmas coisas, mas a partir de diferentes pontos de vista. Se olharmos para um homem através de binóculos ele parecerá grande. Se olharmos para ele pela visão normal ele terá o tamanho habitual. Se olhamos para ele através de uma máquina de raios-X, veremos o seu esqueleto, e se olharmos através de um gastroscópio vemos o interior de seu estômago. É o mesmo homem, mas de pontos de vista diferentes.

Da mesma forma, enquanto que um místico ou yogī irá descrever os cakras de um modo espiritual ou simbólico, o cirurgião pode descrever os cakras como cachos de fibras nervosas com o qual chama de plexos, e um vidente irá descrever as manifestações da energia dos cakras de uma forma diferente. Estas pessoas podem divergir, mas, na verdade, elas estão vendo a mesma coisa de diferentes pontos de vista. As discrepâncias são largamente semânticas, devido a diferenças culturais, educacionais e entendimentos pessoais. Este é uma problema comum entre os homens, quando eles tentam se comunicar com palavras em qualquer idéia ou experiência.

Considerando que temos grande respeito pela noção tântrica, temos a nossa própria experiência, e portanto, nas nossas descrições dos cakras vamos fazer referências a ambos. No entanto, em vez de tentar compreender os cakras através da escrita verbal ou descrições dos outros, você tem que lhes experienciar por si mesmo e ganhar o seu próprio conhecimento pessoal. Tantra é essencialmente uma ciência prática, em vez de um sistema intelectual, e só leva à experiência prática, verdadeira e ao real entendimento.

Simbologia dos cakras

Se você estiver praticando kuṇḍalinī-yoga, kriyā-yoga, haṭha-yoga, meditação ou qualquer forma de terapia com os cakras, é necessário conhecer as diferentes cores e os símbolos deles. Estes símbolos fazem parte intrínseca do despertar de cada um dos cakras. Cada cakra tem uma cor especial, mantra, situação e variedade de experiências associadas a ele.

Diferentes cultos esotéricos e espirituais usam diferentes sistemas de símbolos para representar os cakras. No Tantra os cakras são simbolizados por flores de lótus. Como um símbolo, o lótus é muito significativo. O homem tem de passar por três etapas distintas na vida espiritual, que representa a sua existência em três níveis diferentes: ignorância, esforço na aspiração, e iluminação. O lótus também existe em três níveis diferentes - lama, água e ar. Os brotos na lama (ignorância), crescem através da água, em um esforço para chegar à superfície (se esforçam na aspiração) e, eventualmente, atingem o ar e a luz direta do sol (iluminação). Assim, o lótus simboliza o crescimento do homem a partir dos menores estados de consciência para o estado de consciência superior. O ponto culminante do crescimento do lótus é uma bela flor. Da mesma forma, o culminar do homem na busca espiritual é o despertar e florescimento da consciência.

Então, cada um dos cakras principais podem ser visualizados como uma flor de lótus, com uma cor específica e um número de pétalas, como segue:

1.    Mūlādhāra-cakra – quatro pétalas e sua cor é vermelho escuro;
2.    swādhisṭhāna-cakra – seis pétalas e sua cor é vermelho;
3.    maṇipūra-cakra – dez pétalas e sua cor é amarelo;
4.    anāhata-cakra – doze pétalas e sua cor é azul;
5.    viśudha-cakra – dezesseis pétalas e sua cor é violeta;
6.    ājñā-cakra – duas pétalas e sua cor é cinza-prata;
7.    sahasrāra-cakra – mil pétalas multicoloridas.

Em cada cakra, seis coisas estão combinadas:

1.    a cor do cakra;
2.    as pétalas da flor de lótus;
3.    o yantra ou a forma geométrica;
4.    o bīja-mantra;
5.    o símbolo do animal;
6.    a divindade do cakra.

Cada cakra contém um animal e seres divinos. Os animais representam a sua evolução anterior e seus instintos, e os seres divinos representam a consciência maior.

Em nossa exposição dos cakras podemos afirmar que um cakra tem uma cor especial, mas se você for um bom aspirante de Yoga e na sua concentração sobre os cakras você perceber outra cor, esta é a verdade para você. Suas experiências são tão válidas quanto as nossas, mas uma coisa é certa, conforme você se mover através dos cakras, as freqüências das cores se tornarão mais sutis e mais poderosas.

Cakra kṣetraṃ

Em muitas das práticas de kuṇḍalinī-yoga temos de nos concentrar e focalizar a nossa percepção sobre o cakra, acionando pontos na medula espinhal. No entanto, muitas pessoas acham mais fácil se concentrar no cakra-kṣetraṃ localizado na parte frontal da superfície do corpo. No kriyā-yoga em particular, o cakra-kṣetraṃ é utilizados em muitas das práticas. O kṣetraṃ pode ser considerado como um reflexo do cakra original, um ponto acionado, e quando nos concentramos sobre ele, cria-se uma sensação que passa através dos nervos para o cakra em si e, em seguida, viaja até o cérebro.

Mūlādhāra não tem um kṣetraṃ, mas swādhisṭhāna, maṇipūra, anāhata, viśudha e ājñā têm homólogos físicos diretamente na frente deles no mesmo plano horizontal. Swādhisṭhāna-kṣetraṃ está no nível do osso púbico na frente do corpo e um pouco acima do órgão genital. Maṇipūra-kṣetraṃ está no umbigo, anāhata-kṣetraṃ está no coração e viśuddha-kṣetraṃ está localizado na parte frontal da superfície do buraco na garganta, próximo da glândula tireóide. Ājñā-kṣetraṃ é bhrūmadhya (ponto entre as sobrancelhas).

Os granthis

Existem três granthis (nós psíquicos) no corpo físico, que são obstáculos no caminho do despertar da kuṇḍalinī. Os granthis são chamados de brahmā, viṣṇu e rudra-granthi, e representam níveis de conhecimento em que o poder de māyā, a ignorância e o apego às coisas materiais são especialmente fortes. Cada aspirante deve transcender esses entraves para fazer com que a passagem se torne límpida para kuṇḍalinī ascender.

Brahmā-granthi tem suas funções na região do mūlādhāra-cakra. Implica ligar-se aos prazeres físicos, objetos materiais e excessivo egoísmo. Implica também viver sob o governo de tamas – negatividade, letargia e ignorância. Viṣṇu-granthi opera na região do anāhata-cakra. Está associado com a escravidão do apego emocional e apego às pessoas e visões psíquicas internas. Ele está conectado com rajas – a tendência para a paixão, ambição e agressividade. Rudra-granthi tem suas funções na região do ājñā-cakra. Está associado ao desenvolvimento de siddhis, fenômenos psíquicos e os conceito de nós mesmos como indivíduos. É preciso renunciar o sentido do ego e transcender a dualidade, tornando-se mais espiritualizado.

Intercâmbio entre os cakras

Além de funcionar como centros de controle, os cakras funcionam como centros de intercâmbio entre o desenvolvimento nas dimensões físico, astral e causal. Por exemplo, através dos cakras, as energias sutis a partir da dimensão astral e causal podem ser transformadas em energia para a dimensão física. Isto pode ser visto nos yogīs que são enterrados no subsolo por longos períodos de tempo. Através da ativação do viśuddha-cakra, que controla a fome e a sede, é permitido a uma pessoa subsistir por meio da energia sutil sob a forma de amṛta ou néctar, capaz de manter a sua existência.

E mais além pode-se contemplar a energia física que pode ser transformada em energia sutil através da ação dos cakras, e estas energias físicas também podem ser convertidas em energia mental dentro da dimensão física.

Assim, os cakras são vistos como intermediários na transferência e conversão da energia entre duas dimensões vizinhas de existência, assim como na de facilitar a conversão entre a energia do corpo e a da mente. Conforme o cakras são ativados e despertados, o homem não só se torna consciente dos maiores reinos de existência, mas também ganha o poder de se introduzir nesses reinos e, em seguida, por sua vez, para apoiar e dar vida às dimensões menores.


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