terça-feira, 17 de junho de 2014




Fernando Liguori


Texto retirado da apostila do curso «Oficina de Meditação», edição 2011, ministrado pelo Instituto Kaula.


Muitas pessoas estão ansiosas por alguma experiência meditativa genuína. Isso é compreensível, embora nenhuma pressa ou até mesmo aspiração tornará essa experiência possível, a não ser que a mente enganadora, tempestuosa e cheia de truques seja acalmada. A meditação é um processo espontâneo que ocorre somente quando a mente atingiu certa harmonia, equilíbrio e unidirecionamento. Isso se aplica – quer dizer, essa harmonia e calma na mente – tanto por tempos prolongados quanto por curtos períodos de tempo. Ela precisa ser harmonizada. Sem esse requisito prévio, a meditação não ocorre. Uma prática meditativa sistemática, segura e simples para adquirir essa harmonia na mente é a japa. É um método apropriado para qualquer pessoa, sem exceção.

A primeira preocupação para a maioria das pessoas deveria ser confrontar e exaurir os conflitos internos e desejos suprimidos. A prática de japa é um método excelente que vagarosamente extrai os aspectos negativos da parte subconsciente da mente, com pouca probabilidade de efeitos desagradáveis. A prática relaxa a arena pessoal da mente, o que possibilita a experiência natural da meditação. Japa é uma excelente técnica preparatória para os estágios avançados de kriyā-yoga, pois ela refina a mente, o que possibilita uma experiência mais profunda e verdadeira. Na verdade, japa integra muitas práticas do kriyā-yoga. Portanto, se você pratica japa, está alicerçando uma valiosa fundação para técnicas e estágios mais avançados na meditação.

Como indicado no capítulo anterior, à prática de japa requer uma mālā.

Japa

A palavra sânscrita japa significa rotação, repetição. A prática é assim chamada porque ela envolve a rotação contínua da mālā e a repetição, também contínua, do mantra. Geralmente, executa-se japa por um período fixo de tempo e um número determinado de repetições. A entoação do mantra pode ser alta, baixa ou silenciosa (veja cap. 1 acima). Japa também pode ser definida como entoação mântrica ritmada com a rotação da mālā e um fluxo contínuo de consciência. Para um benefício máximo, pratique com regularidade.

Um sistema universal

Japa é provavelmente o sistema de meditação mais universalmente difundido. É uma parte integral tanto do Yoga quanto do Tantra e do hinduísmo como um todo. Muitas escrituras tradicionais descrevem os métodos e os méritos da prática de japa, principalmente os textos tântricos que trazem imagens de yogīs ancestrais executando japa. De acordo com a tradição, Brahmā, Criador do Universo, deu início à criação de tudo o que existe através da prática contínua de japa com o mantra auṃ. Tal é a importância da japa na vida espiritual.

A prática de japa não se confina a Índia. Como notamos no capítulo anterior, os budistas da escola Mahāyana utilizam uma mālā de 108 contas mais três extras que representam o refúgio em Buda, no Dharma e em Sangha. Os sistemas mais ortodoxos de cristianismo também executam japa. Qualquer pessoa que visitar um monastério católico romano notará que seus monges ou freiras fazem a rotação de seus rosários em suas práticas espirituais diárias. Qualquer pessoa que tenha visitado a Grécia ou outros países Bálcãs onde a Igreja Ortodoxa Grega é predominante notou que todos os homens carregam consigo um rosário. Seja lá o que eles façam, estão sempre circulando seus rosários, o máximo que podem, em todas as ocasiões. Eles praticam uma forma de japa todo dia.

Racional

Um genuíno estado de concentração é muito difícil de ser alcançado pela maioria das pessoas, pois os distúrbios internos e externos são muitos. Durante a prática meditativa podemos ser completamente subjugados pela torrente contínua do murmúrio mental interior, aborrecimentos, tristezas etc. e, por outro lado, nos encontramos incapazes de frear e impedir o alarde, inquietação e confusão exterior. Estas duas circunstâncias impedem a meditação. É claro, a inabilidade em se abstrair do alarde exterior é o fruto de uma desordem interna. Da mesma forma, se existe paz interior, o praticante pode automaticamente desligar-se das influências externas.

Outra cilada na prática meditativa é o sono. É muito fácil conquistar um estado profundo de relaxamento e como isso é raro, o praticante pode começar a entrar em um estado de sonolência e dormir. O relaxamento deve ser conquistado, como sempre estamos enfatizando, mas a consciência deve ser cultivada para que o praticante não caia no sono. Nós já discutimos essa questão do sono anteriormente, mas frisamos esse ponto repetidamente porque o sono é uma armadilha que engana a maioria das pessoas que empreendem a prática meditativa. Mas outra armadilha, em contra partida, é a concentração forçada. Muitas pessoas já compreenderam a importância da concentração, mas infelizmente tentam forçá-la, o que causa tensão, impedindo o verdadeiro estado da concentração (dhāraṇā). A concentração verdadeira naturalmente ocorre quando a mente está relaxada.

Nós temos um dilema aqui:

1.    O praticante não se preocupa em se concentrar. Isso normalmente leva a cilada mencionada acima, o sono, absorção nas interferências externas ou se esquecer de si mesmo enquanto se encanta pelo incessante murmúrio dos pensamentos.
2.    O praticante força a concentração no esforço de impedir o sono ou a tendência de perder ou esquecer de si mesmo enquanto se encanta pelo mundo externo ou pelos construtos de pensamento gerados pela mente. Isso geralmente leva a tensão mental.

Portanto, estas duas abordagens perante a prática da meditação estão incorretas e elas irão levar o praticante para bem longe dos resultados e benefícios reais da meditação. A resposta para este dilema, como já enfatizamos anteriormente, não é tentar se concentrar, mas permanecer consciente. Japa é um sistema maravilhoso para se manter a consciência individual. Além do mais, ela evita que o praticante se perca tanto nos acontecimentos externos quanto no mundo interno dos pensamentos, além de frustrar o sono, o torpor e a preguiça. Vamos ver como isso é conquistado.

Durante a prática de japa, o meditante tem de fazer duas coisas: entoar o mantra e circular a mālā. Isso atua como um ponto de referência para consciência. Após algum tempo de prática adquire-se ritmo, o movimento da mālā se sincroniza com a entoação do mantra. Ou seja, sua mente e corpo têm de fazer alguma coisa juntos. Isso evita as ciladas acima mencionadas da seguinte maneira:

1.    Sono: se você tende a cair no sono, a repetição do mantra e o movimento da mālā perderão o ritmo ou irão parar. Isso fará com que retome o estado de vigília. Nessa hora é bom se levantar e lavar o rosto com água fria. É claro, se cair em sono profundo, à quebra no ritmo não irá ajudá-lo. Você estará morto para o mundo. Provavelmente deve estar cansado e precise dormir. Não há mal nisso. Mas o ponto a ser frisado é que a quebra no ritmo do mantra e na rotação da mālā pode ajudá-lo a ficar consciente da sonolência para que possa ajustar sua situação na prática.
2.    Preocupação com o mundo externo: a rotação da mālā e a entoação do mantra rapidamente farão com que sua consciência se introverta. Isso ocorre com mais facilidade se a entoação do mantra for feita com sentimento (bhava) e intensidade (tapaḥ).
3.    Absorção no processo interno de cognição: não suprima seus pensamentos. Deixe que eles apareçam na superfície da mente, mas esteja completamente consciente deles. Não se perca nos pensamentos. Não se identifique com eles. Observe-os como uma testemunha. Japa é um excelente método que nos capacita a observar os pensamentos sem nos identificarmos com eles. O método segue: você deve, em um sentido, dividir sua consciência. Quer dizer, você deve estar simultaneamente atento ao contínuo fluxo de pensamentos, na rotação da mālā e na entoação do mantra. Deixe que os pensamentos surjam, mas mantenha-se consciente da prática de japa. Se você começar a se perder em seus pensamentos, interrompa a rotação da mālā, pois a entoação do mantra e a rotação da mālā se tornarão descoordenados. Seja lá o que aconteça, você perceberá a perda de consciência na japa e rapidamente poderá equilibrar a divisão da consciência. Você precisa continuar neste processo, o tempo todo.

Eventualmente, se a prática estiver sendo executada corretamente por um período prolongado de tempo, o contínuo fluxo de pensamentos diminuirá e rapidamente irá se exaurir espontaneamente, por si mesmo. O tumulto mental irá se acalmar. A mente é carregada, magnetizada e imantada pela repetição do mantra, ao invés de se envolver com os construtos de pensamento. Portanto, a mente rapidamente se acalma e se torna unidirecionada. A consciência se reveste do mantra e isso é exatamente o que queremos. Neste estado a mente se torna relaxada, não pela supressão, mas pela exaustão dos pensamentos que se precipitam na superfície da mente e a gradual tendência de se perder nos devaneios do processo cognitivo. O estado natural de mente relaxada sem o tumulto intenso dos pensamentos é um prelúdio a meditação profunda.

Contudo, o contínuo borbulhar de pensamentos na superfície da mente é um processo positivo, especialmente quando eles vêm dos profundos reinos da mente subconsciente. Estes são os seus problemas internos. É observando-os que você poderá removê-los. Infelizmente, os pensamentos que seduzem a maioria das pessoas durante a prática meditativa são, muitas vezes, superficiais. Estes devem ser removidos pela prática de japa para que você possa ver profundamente. Assim, a japa atua sistematicamente limpando a mente destes pensamentos superficiais que são mera distração.

Quando sua mente se tornar unidirecionada e você estiver profundamente absorvido no mantra, subitamente poderá se confrontar com visões ou pensamentos que surgem inesperadamente. Estes representam seus problemas mais profundos que precisam ser removidos. A mera consciência deles irá fazer isso. Neste estágio, quando você estiver explorando as camadas abaixo da superfície mental, é à hora de iniciar a purificação destes problemas enraizados nos rincões inacessíveis da mente.

4.    Concentração: isso ocorrerá automaticamente na medida em que continuar bombardeando o contínuo fluxo de pensamentos através da japa. Quer dizer, consciência leva a concentração da mente. Quando exaurir os pensamentos deruptivos da mente, não terá alternativa senão se concentrar. Em outras palavras, será quase que forçado a se concentrar.

Japa é um método simples e efetivo de superar todas as armadilhas que mencionamos anteriormente. É por isso que é amplamente praticado. Ele provê um equilíbrio entre a absorção no mundo externo e seu oposto, a perda total no mundo dos pensamentos. Auxilia a cultivar a consciência através da concentração e vice versa. Acalma o murmúrio da mente, não pela supressão, mas permitindo que os pensamentos surjam enquanto se ancora a consciência no mantra e na rotação da mālā. É útil principalmente para pessoas que não conseguem se concentrar.

Qual o mantra utilizar

Existem inúmeros mantras. Os mais comuns são: auṃ, krīṃ, hrīṃ, śrīṃ, aiṃ, dūṃ, hūṃ, auṃ namaḥ śivāya, rāma, kṛṣṇa, durgā, auṃ mani padme hūṃ e muitos outros. O som ou padrão vibratório do mantra estimulará certos efeitos na natureza mental e psíquica de cada praticante. Cada mantra irá criar ou evocar um símbolo específico na psique.

Idealmente, o mantra deveria ser recebido diretamente do guru ou uma pessoa de consciência elevada, como se diz no Kulārṇava-tantra (XV: 19): Somente o mantra recebido pelo guru irá realizar seu poder.

Se você recebeu o mantra através da iniciação, continue sua prática de japa. Não mude o mantra, exceto por uma boa razão. O que se segue são as razões pelas quais você deveria mudar seu mantra:

1.    Seu guru lhe deu outro mantra;
2.    Atingindo um elevado estado de consciência você recebeu outro mantra que carrega sua mente de tal maneira que não tem dúvida de que aquele é seu mantra. Isso às vezes acontece e neste caso você deveria mudar o mantra;
3.    Você recebeu o mantra em um sonho. Neste caso, você deveria consultar seu guru para a análise do mantra e se ele é conveniente realmente para você na atual fase de sua vida. É muito fácil se auto-sugestionar em um sonho e receber um mantra. Definitivamente, este não é um mantra correto.

Se você não recebeu um mantra pessoal de um guru ou se você não o recebeu em um insight, é melhor que use o auṃ ou qualquer um dos acima citados para finalidades específicas. Não revele seu mantra a ninguém, mesmo que seja o auṃ.

Anuṣṭhana-sādhanā

A palavra sânscrita anuṣṭhana significa voto de execução ou execução de um ato específico. Anuṣṭhana-sādhanā ou anuṣṭhana-japa é um método largamente utilizado. Nesta prática, o meditante se propõe a executar japa por um período fixo de tempo ou um número específico de repetições do mantra. O propósito é disciplinar o praticante e ao mesmo tempo imantar sua psique para que ele realize o que deseja com a prática. Muitas pessoas começam um projeto com intensidade e bastante interesse, mas infelizmente, com o tempo, se cansam e desistem. Elas falham em conquistar seu objetivo. Isso ocorre com a japa também. O entusiasmo desaparece e o meditante não continua a execução de sua prática. Portanto, este voto auxilia na superação desta tendência letárgica.

Este sādhanā é muito comum na Índia e é usualmente prescrito para pessoas cuja mente é fraca. A prática pode ser executada em um dia, uma semana, um mês, um ano ou o tempo necessário para finalizar (ou realizar) o objetivo da prática. A duração, contudo, deve ser realista. Deve haver sinceridade neste ponto. Tradicionalmente, anuṣṭhana é associada a algumas regras:

1.    Silêncio total ou pelo menos a redução do hábito de se falar em demasia;
2.    Corte total do contato com a família, amigos e responsabilidades;
3.    Restrições na dieta.

Existem inúmeras outras regras, mas são impossíveis de serem praticadas por pessoas de mente comum ou ocupadas com os trabalhos do dia-a-dia.

Se você deseja executar anuṣṭhana-sādhanā seriamente, sugerimos que busque os conselhos de um professor competente em um nível pessoal para que ele possa prescrever as regras mais adequadas a sua natureza e circunstâncias. De qualquer maneira, o que aconselhamos é que primeiro o praticante assuma o voto de meditar e praticar Yoga todos os dias, por uma, duas ou três horas e praticar karma-yoga por todo o dia. Esta não é uma anuṣṭhana árdua, mas irá assegurar que você pratique todos os dias.

No que concerne a prática de japa, você pode formular uma resolução que irá entoar seu mantra um certo número de vezes por um período de tempo. Por exemplo, você pode entoar 100,000 vezes o mantra auṃ no período de 50 dias. Para executar esta anuṣṭhana, o mantra deve ser entoado 2000 vezes todos os dias. Se você entoa um auṃ por segundo, entoará 60 vezes a cada minuto. Portanto, o tempo requerido para entoar 2000 vezes é a divisão de 2000/60, que dará 35 minutos diários. Isso, é claro, dependerá sempre do tamanho do mantra. Você pode assumir também o voto de entoar o mantra 1080 vezes em dez dias, o que dará 10 rotações na mālā de 108 contas, uma por dia. Outra possibilidade é entoar 50,000 vezes, praticando uma hora por dia, pelo tempo requerido para finalizar o voto. Existem muitas possibilidades e combinações. Você deve escolher o método mais apropriado para a fase em que se encontra.

Anuṣṭhana-japa é um excelente método para acalmar e purificar a mente. Sempre recomendamos anuṣṭhana em combinação com japa, embora isso não seja absolutamente essencial. Se você não quer se submeter a um voto, pode então continuar a praticar japa todos os dias. Isso, é claro, trará muitos benefícios.

Posição para prática de japa

Qualquer postura meditativa confortável pode ser utilizada para prática de japa. Tradicionalmente, você deveria ficar de frente para o norte ou leste.

Variações de japa

Existem inúmeras variações de japa. Não pretendemos abordar todas, mas somente aquelas que acreditamos serem úteis e efetivas. Os métodos precisam de pouca explicação, pois são muito simples, uma vez que já descrevemos ao longo dos capítulos anteriores muitos detalhes essenciais.

Japa: estágio 1

Método 1: vak-śuddhi
Assuma uma postura confortável.
Mantenha a coluna e a cabeça eretas, mas sem esforço.
Esteja consciente de seu corpo. Sinta como estável e relaxado ele está.
Não se apresse.
Imagine que é livre de preocupações ou que pelo menos elas não irão lhe incomodar enquanto executa a prática.
Inicie a repetição do mantra e a rotação da mālā. Comece pela conta após o sumeru.
Movimente cada conta sincronizadamente com a entoação do mantra.
Esteja consciente do mantra e da rotação da mālā simultaneamente enquanto observa os pensamentos na medida em que eles aparecem.
Não rejeite qualquer pensamento; deixe que os pensamentos surjam na superfície da mente, mas esteja consciente deles.
Tudo o que você precisa fazer é observar o processo da mente enquanto mantém a prática de japa: consciência total na repetição do mantra, na rotação da mālā e nos pensamentos que surgem na superfície da mente (pausa).
O mesmo se aplica aos distúrbios externos: esteja consciente deles, mas mantenha o foco no mantra e na rotação da mālā.
Continue até atingir o sumeru novamente. Não cruze o sumeru. Apenas gire a posição da mālā e reinicie a rotação, conta por conta (pausa).
Muitas idéias ou distrações irão surgir na superfície da mente; deixe-as, pois esta é a natureza tempestuosa da mente. Permaneça como uma testemunha deste processo. Após algum tempo, estes pensamentos irão diminuir e sua concentração irá aumentar. Se continuar neste processo, então visões profundas poderão aparecer. Esteja consciente delas. Deixe que surjam. Apenas observe (pausa).
Após a finalização da rotação da mālā e da entoação do mantra, observe o cidākāśa por alguns minutos.

Método 2: japa e pulso

Existem inúmeras maneiras diferentes de se praticar este método. O que aqui selecionamos deve ser executado mentalmente (manasi-japa) da mesma maneira que anteriormente, exceto que o mantra e a rotação da mālā deverão estar sincronizados com o pulso ou as batidas do coração.

Os lugares mais fáceis de sentir o pulso são:

1.    o centro entre as sobrancelhas
2.    o coração
3.    a garganta
4.    o umbigo

Você pode escolher qualquer outro lugar, mas deve ser onde sinta claramente o pulso ou as batidas do coração.

Nos recomendamos especialmente a consciência do pulso com manasi-japa após baikharī-japa. Isso intensifica a sensação do pulso. Para este método, aconselhamos ainda a consciência no centro entre as sobrancelhas (tṛkuti-japa).

Consciência

Como enfaticamente advertido, a consciência deve repousar na repetição do mantra, na rotação da mālā e nas atividades da mente. Esteja consciente do pulso se estiver praticando o método 2.

Quando e onde praticar

Você pode praticar japa a qualquer momento e em qualquer lugar. Contudo, a fim de disciplinar a mente, é melhor praticar regularmente todos os dias, sempre na mesma hora. Os melhores horários são logo pela manhã, assim que acordar ou à noite, antes de dormir.

Japa também pode ser executada como uma prática preparatória para outras técnicas meditativas. Isso irá acalmar a mente para que você possa ganhar o máximo de benefício na meditação.

Benefícios

Japa garante os mesmos benefícios de outras técnicas meditativas. Ela acalma a mente turbulenta e auxilia o praticante a expelir complexos, neuroses, fobias etc. A prática tem o poder de fazer isso sem desequilibrar a vida. Japa carrega a mente com positivas vibrações sonoras. Isso é uma terapia maravilhosa para pessoas cuja mente se encontra em um estado de tumulto e desequilíbrio. Japa provoca o unidirecionamento da mente sem forçar a concentração. Sua prática promove o despertar de incríveis faculdades latentes inerentes a todos nós. Finalmente, japa pode lhe levar aos estágios mais profundos de meditação.

Regras gerais e sugestões

A fim de deixar a prática mais clara, vamos sumarizar os pontos básicos que discutimos:

·   Use o mantra dado por seu guru. Se não possui um mantra pessoal, utilize um mantra universal como mencionado no cap. 1 acima.
·    Gire a mālā com o dedo médio, segurando cada conta com o polegar e dedo anular. Sempre use a mão direita, mesmo que seja canhoto.
·   Não cruze o sumeru após finalizar a rotação da mālā. Gire ou reverta a mālā e continue da conta que parou.
·    Relaxe a mente e o corpo, mas não durma.
·   Não force a concentração. Mas esteja consciente. Na concentração você introverte sua atenção que antes estava em todas as direções a um único ponto. Utilizando a consciência, você não irá se focar apenas no ponto de concentração, mas também nos pensamentos que surgem na superfície da mente. Não lute contra a mente, mas dome-a mantendo-se como uma testemunha de todas as suas atividades.
·   Se necessário, alterne sua prática entre baikharī, upanśu e manasi-japa. Se a mente está perturbada, mantenha-se em baikharī; se a mente estiver calma, mantenha-se em manasi. Se a mente começa a vaguear enquanto pratica manasi, retorne a baikharī.
·      Entoe o mantra de forma clara e rítmica. Se a mente começa a vaguear, aumente a velocidade.
·      Não revele seu mantra a ninguém.
·    Tente praticar japa com regularidade. Será melhor se combinar sua prática com anuṣṭhana.

·      Reflita sobre o significado do mantra sempre que possível.

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