Fernando Liguori
Esta
é uma lição introdutória as técnicas preliminares de swara-yoga realizada pelo TPP
«treinamento pré-prāṇāyāma» da Oficina de Meditação.
A Haṭhapradīpikā (II: 6) diz:
पराणायामं ततः कुर्यान्नित्यं सात्त्विकया धिया |
यथा सुष्हुम्णा-नाडीस्था मलाः शुद्धिं परयान्ति छ || ६ ||
Por
isso se deve praticar prāṇāyāma diariamente
com o pensamento purificado [sattva]
até que a suṣumnā-nāḍī esteja
livre de impurezas.
A natureza da mente se compõe por três qualidades ou modos de manifestação
distintos conhecidos como guṇas: tamas, rajas e sattva. Tamas é inércia; rajas é dinamismo e sattva é estabilidade.
Por exemplo, uma rocha representa tamas,
o homem rajas e a espiritualidade sattva. A mente torpe ou sem consciência
é tamásica, i.e. inerte. A mente
oscilante que vai de um extremo ao outro, da consciência a total falta de
consciência é rajásica ou dinâmica.
Finalmente, a mente estável e unidirecionada é essencialmente satvica. Tamas é o primeiro estágio na evolução e seu caminho é ir em
direção a rajas e depois tornar-se sattva. No estado de tamas, tanto rajas quanto sattva são
forças potenciais. Em rajas há traços
de tamas e sattva e em sattva já não
existem traços de tamas ou rajas, não há mais influência deles.
Durante a prática de prāṇāyāma a mente deveria estar estável, desperta, sem oscilar entre um
pensamento e outro. Dessa maneira, todo o sistema se torna receptivo a
influência do prāṇāyāma. Quando a mente se encontra inerte (tamas),
algumas nāḍīs permanecem inertes e fechadas. As impurezas depositadas
obstruem a passagem da energia. O mesmo ocorre com a mente oscilante (rajas).
Mas quando a mente se encontra estável (sattva), a consciência interior
cresce rapidamente e o prāṇa se acumula no organismo, pois a passagem da
energia pelos condutos (nāḍī) percorre todo o corpo.
Quando suṣumnā desperta,
aumentamos o caudal de sattva na
mente. Quando rajas é predominante, piṅgalā-nāḍī está operando
dinamicamente. Quando tamas é
predominante, iḍā-nāḍī está em
atividade. Portanto, prāṇāyāma
é melhor aproveitado quando o fluxo de energia (prāṇa) está fluindo por suṣumnā. Quando a respiração está
fluindo naturalmente através de ambas as narinas, significa que suṣumnā está ativa. Geralmente nós não
conseguimos respirar por ambas as narinas de forma equilibrada. Usualmente uma
narina se encontra aberta e a outra parcialmente ou completamente fechada. A
ciência chama isso de ritmos alternados.
O Yoga chama de swara.
A ciência do swara-yoga diz que
o fluxo da respiração se alterna em iḍā
e piṅgalā-nāḍī aproximadamente a cada
noventa minutos. A ciência já observou este processo de alternância
respiratória e o associou as funções dos hemisférios esquerdo e direito do
cérebro. Portanto, na medida em que o fluxo da respiração se alterna nas
narinas, o cérebro também altera suas atividades, de um hemisfério ao outro.
Quando a respiração flui através da narina esquerda, iḍā-nāḍī e o hemisfério direito do cérebro estão em atividade.
Quando a respiração flui pela narina direita, piṅgalā-nāḍī e o hemisfério esquerdo do cérebro estão em atividade.
Piṅgalā-nāḍī é de natureza masculina, dinâmica. Iḍā-nāḍī é de natureza feminina,
passiva. O hemisfério esquerdo do cérebro opera com o dinamismo de piṅgalā-nāḍī. Processa informação de
maneira lógica, seqüencial e funciona de acordo com o tempo-espaço
estabelecido. O hemisfério direito do cérebro está concernido à intuição,
criatividade e orientação espacial (iḍā-nāḍī).
Quando os dois hemisférios funcionam simultaneamente a energia que antes
oscilava de um hemisfério ao outro agora opera consistentemente em todo
cérebro. Ela passa através da fina membrana entre os dois hemisférios conhecida
como corpus callosum. Neste momento,
todo o cérebro passa a operar em sua capacidade máxima e a percepção do mundo
já não se limita a um modo distinto de processar as informações que vêm de dentro
ou de fora de nós.
De acordo com o swara-yoga,
durante o fluxo de energia em iḍā,
nós deveríamos executar atividades que requerem criatividade e intuição.
Durante o fluxo da energia em piṅgalā,
deveríamos executar trabalhos físicos ou atividades intelectuais. Durante o
fluxo da energia em suṣumnā, deveríamos
executar dhyāna (meditação) e yoga-abhyāsa (prática disciplinada e
contínua de Yoga).
Os fatores que influenciam o fluxo de prāṇa
nas nāḍīs são:
·
Estilo de vida
·
Dieta
·
Desejos
·
Pensamentos e emoções
Quando a personalidade é equilibrada e não existem condições extremas na
mente e corpo, a respiração será harmonizada.
Swara: consciência
respiratória
Swara é o fluxo da respiração nas narinas. É
simples sabermos qual a narina está mais ativa bloqueando o fluxo de ar à
vontade de hora em hora. Um exame detalhado da respiração nas narinas nos dá
informações específicas sobre o estado psico-fisiológico em que nos
encontramos. Os aspectos a serem examinados são:
·
A distância em que a
respiração se estende além das narinas.
·
A predominância da narina
esquerda ou direita.
·
A direção em que a
respiração flui para dentro ou para fora através das narinas.
A descrição das técnicas abaixo demonstrarão que estes três aspectos são
muito variáveis. Quando swara é
observado por um longo período, informações importantes acerca de nós mesmos
são acessadas. Estas técnicas podem ser praticadas a qualquer momento e em
qualquer lugar. Sugerimos que você observe swara
durante o tempo todo, em todas as suas atividades e experiências: ao sentar-se,
ao alimentar-se, quando caminhar, falar, se exercitar, no trabalho, relaxando,
meditando, ao sentir-se zangado, triste, feliz, com depressão, contente,
estressado etc. A respiração pode ser checada antes, durante e após cada uma
destas atividades ou sentimentos. Associe essas informações com aquilo que você
já sabe sobre os cakras, as nāḍīs, os tattvas e os panca-prāṇas.
Isso pode tornar-se um sādhanā se
executado com disciplina e firmeza de propósito.
Técnica 1: observando swara
Sente-se confortavelmente em uma
postura meditativa.
Tome consciência do fluxo natural de
sua respiração nas narinas.
Coloque as costas da mão direita na
frente da abertura das narinas. Tente determinar a distância em que a expiração
se estende além das narinas sentindo o ar nos pelos ou na pele das costas da
mão.
Observe sua respiração e determine sua
extensão (pausa).
A extensão natural da respiração é
entre 7 a 12 dedos de largura (angulas)
das narinas. Em estados de emoção e excitação a respiração pode se estender a
36 dedos de largura. Durante exercitação física extrema, a respiração pode se
estender por 100 dedos de largura (pausa).
O próximo passo é uma observação um
pouco mais sutil. Tente determinar a direção em que o ar expirado sai pelas
narinas. Use as costas da mão direita para isso (pausa).
Observe se a expiração sai do centro
das narinas (indicando a predominância de pṛthivī-tattva,
o elemento terra), para cima (agni-tattva,
o elemento fogo), para baixo (apas-tattva,
o elemento água), para os lados (vāyu-tattva,
o elemento ar) ou fluindo desordenadamente, sem direção predominante (ākāśa-tattva, o elemento éter). Mas não
perca tempo nos significados de cada direção. Apenas esteja consciente do
processo. Seja uma testemunha da direção do fluxo de sua respiração (pausa).
Continue observando os fluxos de swara por mais alguns minutos.
Nota prática: Uma medição mais
sensível pode ser feita segurando uma pequena pena ou algodão por uma linha
fina na frente das narinas. Observando a direção da respiração pelo ar que sai
pelas narinas por um período podemos ver os vários ângulos da respiração, até
mesmo os ângulos diferentes em que o ar passa por cada narina. Quando esta
observação estiver refinada, swara-yoga
está sendo executado.
Técnica 2: ākāśa-prāṇāyāma
(respiração espacial)
Sente-se confortavelmente em uma
postura meditativa. Preferivelmente, siddhāsana,
siddha-yoni-āsana ou padmāsana.
Pratique kāya-sthairyam por alguns minutos e então observe a respiração na
medida em que ela se torna silenciosa e estável (pausa).
Execute nasikagra-dṛṣṭi, olhe para baixo e fixe seu olhar na ponta do
nariz.
Mantenha consciência no fluxo natural
de sua respiração enquanto executa nasikagra-dṛṣṭi
por cinco minutos (pausa).
Feche os olhos e mantenha a consciência
na respiração que entra e sai pelas narinas. Visualize uma fina membrana na
entrada das narinas na medida em que o ar entra e sai do corpo.
Intensifique a consciência na medida em
que o ar flui por essa interface (pausa).
Agora estenda sua consciência além das
narinas e visualize os diferentes movimentos executados pela respiração no ar
fora das narinas após a inspiração e expiração.
Enquanto expira, sinta o ar externo
sendo deslocado pelo ar expelido. Enquanto inspira, sinta o ar exterior sendo
sugado pelas narinas.
Consciência intensa do processo.
Respire silenciosamente (pausa).
Agora, a respiração se torna leve. Isso
não envolve qualquer tipo de tensão ou contração das narinas.
Aplique menos força e estenda a duração
da respiração.
Sinta o ar apenas entrando e saindo do
corpo, sem esforço ou ruído (pausa).
A respiração se torna tão leve que você
não consegue perceber o distúrbio que ocorre no ar externo na medida em que
inspira e expira.
Neste ponto sua respiração deve ser
completamente silenciosa. A experiência no nível mental será de ākāśa (espaço).
Continue nesta respiração silenciosa e
perceba a mente tornar-se calma e serena (pausa).
Inspira e expira. Vagarosamente retome
o fluxo natural de sua respiração. Tome consciência do exterior. Abra o olhos.
Equilibrando swara
Durante a oscilação natural da respiração entre as narinas esquerda e
direita (iḍā e piṅgalā-nāḍīs) existe um fluxo equilibrado de ar que passa por
ambas as narinas apenas por alguns minutos. Contudo, esse período de equilíbrio
pode ser prolongado alternando a respiração nas narinas de maneira que elas
permaneçam em sincronia aérea. As técnicas que se seguem exercem influência no
fluxo respiratório construindo equilíbrio e sincronia nas vias aéreas. Além
disso, essas práticas podem ser executadas com a finalidade de se aumentar o
volume respiratório em cada narina, elevando o nível de energia vital (narina
direita) e energia mental (narina esquerda) no corpo.
O corpo e a mente possuem seus mecanismos de auto-reparo. Não pense que
por conta de uma pessoa trabalhar atrás de uma mesa todo o dia, apenas sua
narina esquerda irá funcionar o tempo todo. Às vezes uma pessoa pode se prender
em um estado de contínuo tumulto mental (narina esquerda) ou em um estado de
competição e agressão (narina direita). Portanto, essas técnicas podem ser
utilizadas para mudar o swara
dominante, alternando o fluxo energético. Muitos desses métodos são aplicados
em práticas espirituais para manter o equilíbrio do fluxo prânico em suṣumṇā. Na alvorada e no anoitecer o
fluxo pelas narinas se alterna. Uma delas passa a ser dominante, dependendo da
fase lunar. Esse é um período de intensa atividade do swara e não aconselhamos modificar o fluxo aéreo nestas horas sem a
orientação de um professor experiente.
Pādadhirāsana (postura do equilíbrio respiratório)
Sente-se em vajrāsana.
Cruze os braços na frente do peito, apoiando
as mãos sobre as axilas opostas com os polegares apontados para cima. Para um
efeito mais forte, coloque os punhos cerrados debaixo das axilas.
Feche os olhos e torne-se consciente do
processo respiratório.
Essa postura pode ser praticada por
longos períodos para finalidades espirituais.
Variação: mudando o fluxo
aéreo nas narinas
Sente-se em vajrāsana, como acima.
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina direita, coloque apenas a mão direita embaixo da axila esquerda.
Mantenha o polegar para cima.
Descanse a mão esquerda sobre a perna
esquerda em cin-mudrā.
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina esquerda, coloque apenas a mão esquerda embaixo da axila direita.
Mantenha o polegar para cima.
Descanse a mão direita sobre a perna
direita em cin-mudrā.
Feche os olhos. Respire naturalmente e
mantenha consciência no fluxo de ar pelas narinas.
Deixe que o peso do braço crie a
pressão necessária na axila. Não crie tensão.
Continue por cinco ou dez minutos ou
pelo tempo que for necessário até que o fluxo de ar seja equilibrado na narina
trabalhada.
Daṅda-kriyā (talo de apoio)
Sente-se em uma postura confortável e
permita que a respiração se torne estável.
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina esquerda, coloque o yoga-daṅda
(talo de apoio em forma de T) debaixo da axila direita. O yoga-daṅda criará uma leve pressão sob a axila.
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina direita, coloque o yoga-daṅda
debaixo da axila esquerda. O yoga-daṅda
criará uma leve pressão sob a axila. Ajuste a pressão sob as axilas para
aumentar ou diminuir o fluxo aéreo nas narinas
Nota prática: Essa prática requer um yoga-daṅda grande o suficiente para o
encaixe perfeito na axila enquanto o corpo senta-se firme e estável em uma
postura meditativa.
Variação: dois yoga-daṅdas
Coloque um yoga-daṅda abaixo de cada braço.
Alterne a pressão sobre as axilas
oscilando o peso do corpo para direita ou esquerda para manter o equilíbrio do
fluxo aéreo nas narinas.
Pratique pelo tempo necessário.
Nota prática: Essa prática requer dois
yoga-daṅdas. Mas se não for possível,
apenas um daṅda pode ser alternado
nas axilas na medida em que se equilibra o fluxo da respiração nas narinas. O
uso do daṅda dá um suporte extra ao
corpo durante períodos prolongados de prática, seja prāṇāyāma ou meditação.
Deitar-se sobre um lado
do corpo
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina direita, deite-se sobre o lado esquerdo.
O joelho direito deve estar dobrado,
descansando no chão, com o pé direito apoiado atrás do joelho esquerdo.
A fim de aumentar o fluxo respiratório
na narina esquerda, deite-se sobre o lado direito.
Controle mental de swara
Sente-se confortavelmente em uma
postura meditativa.
Torne-se consciente da respiração na
medida em que inspira e expira pelas narinas.
Se o fluxo do ar que entra é mais forte
na narina direita, concentre-se no fluxo do ar que entra pela narina esquerda. Visualize
o processo.
Após algum tempo o fluxo de ar que
passa pela narina esquerda irá aumentar.
Repita o processo invertendo as
narinas.
Nota prática: Essa técnica deve ser
considerada como um experimento de controle mental sobre o corpo. A
concentração requerida para produzir este efeito pode ser usada
construtivamente em outras técnicas.
Prāṇa-mudrā-prāṇāyāma (invocação da energia)
Prāṇa-mudrā-prāṇāyāma desenvolve a consciência dos sete cakras: mūlādhāra, swādhisṭhāna, maṇipūra, anāhata, viśuddhi, ājñā e sahasrāra, bem como o movimento sutil da energia associado a
atividade nos cakras. Essta prática
também é conhecida como śānti-mudrā
ou o gesto da paz. Esse gesto ou atitude para com todo ser é uma suplica para se receber as
radiações do sol e o mahā-prāṇa
(energia universal). O melhor horário para prática é na alvorada, de frente
para o sol. Contudo, a prática pode ser executada a qualquer momento porque ela
desperta prāṇa-śakti (a energia
interior). Prāṇa-mudrā-prāṇāyāma
desenvolve resistência, força, vigor, confiança, brilho interior e boa saúde. É
uma excelente técnica pré-meditativa.
Técnica
Sente-se em uma postura de meditação
que seja confortável, de preferência padmāsana,
siddhāsana ou siddha-yoni-āsana. Mantenha as mãos em bhairava-mudrā.
Feche os olhos e relaxe todo o corpo,
especialmente abdômen, braços e mãos.
Estágio 1: Mantendo os olhos
fechados, inspire e expire o mais profundamente possível, contraindo os
músculos do abdômen para expelir a máxima quantidade de ar dos pulmões.
Com os pulmões vazios execute mūla-bandha, concentrando-se no mūlādhāra-cakra, na região do períneo.
Retenha os pulmões vazios tanto quanto
for confortável.
Estágio 2: Solte mūla-bandha. Inspire lenta e
profundamente expandindo o abdômen totalmente e absorvendo para dentro dos
pulmões a maior quantidade possível de ar.
Simultaneamente, eleve as mãos até que
estejam na altura do umbigo. As mãos devem estar abertas, as palmas voltadas
para o corpo e os dedos apontados para o centro, sem se tocarem.
O movimento das mãos deve ser
coordenado com a inspiração abdominal. Os braços e mãos devem estar relaxados.
Ao inspirar pelo abdômen, tente sentir
o prāṇa sendo elevado do mūlādhāra-cakra ao maṇipūra-cakra, na coluna vertebral.
Estágio 3: Continue a inspiração,
expandindo o peito e elevando as mãos até que se posicionem à frente do centro
cardíaco.
Sinta o prāṇa subindo do maṇipūra
até o anāhata-cakra, enquanto
inspira.
Estágio 4: Inspire ainda mais,
elevando suavemente os ombros enquanto sente o prāṇa subir do anāhata ao
viśuddhi-cakra.
Eleve as mãos à frente da garganta em
coordenação com a inspiração.
Estágio 5: Retenha a respiração
internamente enquanto abre os braços lateralmente.
Na posição final, as mãos devem estar
no nível das orelhas, os braços abertos, mas não totalmente esticados, as
palmas das mãos voltadas para cima.
Sinta o prāṇa se expandindo como uma onda para o ājñā, biṅdu e sahasrāra-cakras. Concentre-se no sahasrāra-cakra e visualize uma aura de
pura luz emanando da cabeça.
Sinta que todo seu ser está irradiando
vibrações de paz para todos os seres.
Retenha a posição pelo tempo que for
possível sem forçar os pulmões.
Repita os estágios 4, 3, 2, 1 e
lentamente retorne para posição inicial enquanto expira.
Durante a expiração, sinta o prāṇa descer progressivamente em cada cakra, até chegar no mūlādhāra.
No fim da expiração, execute mūla-bandha e concentre-se no mūlādhāra-cakra.
Então relaxe todo corpo e respire
normalmente.
Repita de cinco a dez vezes.
Nota prática: A consciência deve se
mover em um fluxo contínuo, coordenado com a subida e descida das mãos desde o mūlādhāra ao sahasrāra e novamente ao mūlādhāra-cakra.
Quando a prática tiver sido aperfeiçoada, visualize a respiração como um fluxo
de luz branca subindo e descendo por suṣumṇā-nāḍī.
Consciência dos panca-prāṇas
Os panca-prāṇas são as cinco
energias ou alentos (vāyu) que fluem
e compreendem o corpo prânico. Prāna,
apāna, samāna, udāna e vyāna. A prática que se segue é uma
variação de prāṇa-mudrā-prāṇāyāma com
a consciência nos cinco prāṇas ao
invés dos cakras.
Variação: prāṇa-mudrā-prāṇāyāma
com consciência dos panca-prāṇas
Inicie a prática da mesma maneira que
anteriormente no estágio 1. Desenvolva consciência de apāna-vāyu na parte baixa da região abdominal.
No estágio 2, enquanto eleva as mãos,
sinta a transformação de apāna em samāna, na região do umbigo.
Durante o estágio 3, continue elevando
as mãos desde samāna até a região do prāṇa, no nível do peito.
No estágio 4, eleve as mãos desde a
região do peito até a garganta e cabeça, sentindo o prāṇa movimentando-se em direção a udāna.
No estágio 5, esteja consciente da
difusão de vyāna por todo o corpo,
como uma aura protetora, na medida em que as mãos e os braços estão elevados
totalmente.
Permaneça consciente de todo corpo
envolto por uma luz pura e radiante ao mesmo tempo em que mantém a consciência
no fluxo dos cinco prāṇas dentro do
corpo físico.
No estágio final, reverta o movimento
dos braços expirando, descendo a consciência através dos cinco prāṇas até a posição inicial.
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