Fernando
Liguori
. primeira parte .
O texto que compõe esta
lição originalmente faz parte do estudo da segunda etapa da Oficina de
Meditação, onde abordaremos as práticas avançadas do kuṇḍalinī-yoga. É um
estudo introdutório acerca dos cakras, nāḍīs, granthis, kuṇḍalinī etc.
O significado literal da palavra cakra é roda ou círculo, mas no contexto yogī, uma melhor tradução da palavra em
sânscrito é vórtice ou redemoinho. Os cakras são vórtices de energia psíquica e são visualizados e experienciados
como movimentos circulares de energia especial em graus de vibração.
Em cada pessoa há miríades de cakras, mas nas práticas do Tantra
e do Yoga, somente uns poucos dos
principais são utilizados. Estes cakras
cobrem todo o espectro do homem, sendo do grosso ao sutil.
Os cakras são
fisiológicos, bem como centros psíquicos, cuja estrutura corresponde mais ou menos
com as descrições tradicionais. Estes centros nervosos não estão situados
dentro da medula espinhal, mas repousam como junções no interior da parede da
coluna vertebral. Se você cortar o cordão espinhal transversalmente em
diferentes níveis, você pode ver que a matéria cinzenta na seção transversal se
assemelha a forma de lótus e as vias ascendentes e descendentes das fibras
nervosas correspondem as nāḍīs. Esta
comunicação das fibras nervosas controla as diferentes funções fisiológicas de
cada porção do corpo. Muitos livros
afirmam que os cakras são reservatórios de poder, mas isso não é verdade.
Um cakra é como um
poste de eletricidade colocado centralmente, a partir do qual os fios elétricos
são levados para diferentes locais, luzes de casas e de ruas nas imediações.
Este arranjo é o mesmo para cada um dos cakras.
As nāḍīs que emergem de cada cakra carregam prāṇa em ambas as direções. Há um movimento para frente e para trás
nas nāḍīs, análogo ao fluxo da
corrente alternada em fios elétricos. A comunicação de saída e de entrada reage
entrando e deixando o cakra na forma
deste fluxo prânico nas nāḍīs
correspondentes.
Existem seis cakras
no corpo humano, os quais estão diretamente conectados com o mais elevado
não-iluminado centro no cérebro. O primeiro cakra
é o mūlādhāra. Ele está situado no
assoalho pélvico e corresponde ao plexo coccígeno de nervos. No corpo masculino
ele repousa entre a abertura urinária e excretora, na forma de uma pequena
glândula dormente, denominada de corpo
perineal. No corpo feminino ele está situado no interior da superfície
posterior do colo do útero.
Mūlādhāra é o primeiro cakra na evolução espiritual do homem, onde se vai além da
consciência animal e começa a ser um verdadeiro ser humano. Ele é também o
último cakra na conclusão da evolução
de um animal. Diz-se que a partir do mūlādhāra-cakra,
abaixo e à direita do calcanhar, existem outros pequenos cakras que são responsáveis pelo desenvolvimento do animal e das qualidades
do instinto e intelecto humano. Do mūlādhāra-cakra
para cima encontram-se os cakras
concernentes a iluminação e a evolução do mais elevado homem, ou super homem. O
mūlādhāra-cakra tem controle sobre toda
a gama de funções excretoras e sexuais no homem.
O segundo cakra é o
swādhisṭhāna, localizado no ponto
mais baixo ou na terminação da coluna vertebral. Ele corresponde ao plexo
sacral dos nervos e controla o inconsciente no homem.
O terceiro cakra é
o maṇipūra, situado na coluna
vertebral, exatamente na altura do umbigo. Ele corresponde ao plexo solar e
controla todo o processo de digestão, assimilação e regulação da temperatura no
corpo.
O quarto cakra é o
anāhata e ele se encontra na coluna
vertebral atrás da base do coração, na altura da depressão no esterno.
Corresponde ao plexo cardíaco de nervos, e controla as funções do coração, os
pulmões, o diafragma e outros órgãos nesta região do corpo.
O quinto cakra é o
viśuddhi, o qual se encontra na
região do poço da garganta, na coluna vertebral. Este cakra corresponde ao plexo cervical dos nervos e controla a
tireóide complexa e também alguns sistemas de articulação, o palato superior e
a epiglote.
Ājñā, o sexto e mais importante cakra, corresponde à glândula pineal, situado
no meio do cérebro diretamente acima da coluna vertebral. Este cakra controla os músculos e o inicio da
atividade sexual do homem. O Tantra e o
Yoga asseguram que o ājñā-cakra, o centro de comando, tem completo controle
sobre todas as funções da vida do praticante.
Estes seis cakras
servem como interruptores para ligar as diferentes partes do cérebro. O
despertar, o qual é trazido nos cakras,
é conduzido para o mais elevado centro no cérebro através das nāḍīs.
Há também dois centros superiores no cérebro os quais são
comumente referidos como Bindu e sahasrāra. Bindu está localizado no topo atrás da cabeça, onde os brâmanes hindus mantêm um tufo
de cabelo. Este é o ponto onde primeiro a unidade se divide em muitos. Bindu alimenta todo os sistema ótico e
também é a sede do néctar, ou amṛta.
O sahasrāra é o
supremo; ele é o resultado final da kuṇḍalinī-śakti. Ele é a sede da percepção mais
elevada. O sahasrāra está situado no
topo da cabeça e se correlaciona com a glândula pituitária, a qual controla
cada uma e todas as glândulas do sistema do corpo.
As nāḍīs não são
nervos, mas sim preferencialmente canais para o fluxo da consciência. O
significado literal da palavra nāḍī é
fluxo. Assim como as forças negativa
e positiva da eletricidade fluem através de circuitos complexos, da mesma
forma, prāṇa-śakti (força vital ) e manas-śakti (força mental)
fluem através de cada parte de seu corpo através dessas nāḍīs. De acordo com os Tantras,
existem 72.000 ou mais canais ou redes pelo que flui a corrente elétrica de um
ponto a outro. Estas 72.000 nāḍīs
cobrem todo o corpo e através delas o ritmo inerente da atividade nos
diferentes órgãos do corpo são mantidos. Dentro desta rede de nāḍīs, existem dez principais canais, e
desses dez, três são mais importantes para se controlar o fluxo do prāṇa e a consciência dentre todas as
outras nāḍīs. Estas três nāḍīs são chamadas de iḍā, piṅgalā
e suṣumṇā. Iḍā-nāḍī controla todo o processo mental, enquanto que piṅgalā-nāḍī controla todo o processo
vital. Iḍā é conhecida como a lua e piṅgalā como o sol. A terceira nāḍī, suṣumṇā, é o canal para o despertar da consciência espiritual.
Agora a imagem está se tornando clara; prāṇa-śakti – piṅgalā; manas-śakti –
iḍā; e ātmā-śakti – suṣumṇā.
Você pode considerá-las como força prânica, força mental e força espiritual.
Como suṣumṇā flui
no interior do canal central da coluna vertebral, iḍā e piṅgalā fluem
simultaneamente na superfície externa da coluna vertebral, ainda dentro da
coluna vertebral óssea.
Iḍā, piṅgalā
e suṣumṇā-nāḍīs iniciam em mūlādhāra
no assento pélvico. De lá, suṣumṇā
flui diretamente para cima, dentro do canal central, enquanto iḍā passa pela esquerda e piṅgalā pela direita. No swādhisṭhāna-cakra, ou no plexo sacral, as
três nāḍīs voltam a se juntar novamente
e iḍā e piṅgalā cruzam-se uma sobre a outra. Iḍā passa para a direita e piṅgalā
para a esquerda, suṣumṇā continua a
fluir para cima no centro do canal. As três nāḍīs
voltam a se encontrar novamente no maṇipūra-cakra,
o plexo solar e assim por diante. Finalmente, iḍā, piṅgalā e suṣumṇā encontram-se na glândula pineal,
no ājñā-cakra.
Iḍā e piṅgalā
funcionam no corpo alternadamente e não simultaneamente. Se você observar suas
narinas, perceberá que uma está fluindo livremente e a outra está bloqueada.
Quando a narina esquerda está aberta, é a energia lunar, ou iḍā, quem está fluindo. Quando a narina
direita está livre, é a energia solar, ou piṅgalā
que está fluindo.
Investigações têm mostrado que quando a narina direita está
fluindo, o hemisfério esquerdo do cérebro está ativado. Quando a narina
esquerda está fluindo, o hemisfério direito é ativado. É assim que as nāḍīs, ou canais de energia, controlam o cérebro e os
eventos da vida e da consciência.
Agora, se estas duas energias – prāṇa e citta, piṅgalā e iḍā, vida e consciência, podem funcionar simultaneamente, então ambos os hemisférios do cérebro podem
funcionar simultaneamente para participarem, juntos, no pensamento, na vida,
nos processos intuitivos e orientados.
Na vida comum isto não acontece porque o despertar
simultâneo e o funcionamento da força da vida e da consciência só podem ter
lugar no canal central – suṣumṇā, que
é conectado com a kuṇḍalinī, a fonte
de energia. Se suṣumṇā pode ser conectada
com o corpo físico, ela pode reativar as células cerebrais e criar uma nova
estrutura física.
Muitos cientistas e filósofos se confrontam com uma grande
dificuldade quando se trata de aceitar e explicar a existência dos cakras. Eles não sabem se os cakras se encontram no corpo físico ou
no corpo sutil. Se eles existem, no corpo físico, onde estão eles? E, naturalmente,
o corpo sutil não é a especialidade da ciência moderna da anatomia.
No passado, os médicos e cientistas perguntavam: Temos conhecimento de muitas operações,
porque nós nunca vimos os cakras? Na época, a única resposta que poderia ser
dada a eles era: vocês poderiam mostrar
as ondas sonoras em um rádio transistor? Já abriu-se rádios, mas nunca encontrou-se a BBC lá. Isto responde
as perguntas, mas realmente não as satisfazem. Cientistas querem uma explicação
científica, e para isso, novas áreas de investigação estão sendo desenvolvidas.
Um eminente cientista japonês, Dr. Hiroshi Motoyama,
inventou máquinas sensíveis para medir a energia vital do corpo. Um aparelho
mede o funcionamento das nāḍīs e os
respectivos órgãos, e essa máquina está sendo utilizada agora em alguns
hospitais japoneses para diagnosticar tendências a enfermidades antes que elas
realmente se manifestem. Outra invenção é a
máquina do cakra, que registra os impulsos que emanam dos centros psíquicos
na medula espinhal. Nesta máquina, é possível registrar impulsos definitivos a
partir dessas áreas, em indivíduos que tenham sido praticante de Yoga durante muitos anos, e que despertaram
suas faculdades psíquicas. Por exemplo, quando um sujeito pratica prāṇāyāma com kumbhaka (pausa na respiração) e mahā-bandha (contração do períneo, abdômen e tireóide), a máquina
registra mudanças nos impulsos emanados a partir dos centros psíquicos. Esta
investigação mostra que a energia é definitivamente ativada pelas práticas de Yoga. No entanto, ainda temos uma série
de pesquisas a fazer, a fim de fornecer mais explicações científicas.
Ao mesmo tempo, há muitas interpretações diferentes sobre a
ciência dos cakras. Claro que as
diferenças não são assim tão grandes, mas elas existem. Os pensadores do
movimento teosófico e os seus antecessores têm as suas próprias interpretações
dos cakras, a sua localização,
pontos, cores, etc. Os Rosacruzes e outros
poderão dizer alguma coisa completamente diferente e os textos podem apresentar
conceitos tântricos totalmente diferentes. Bem, a este respeito, devemos
alertar que a ciência que trata dos cakras
é o Tantra. Muitos pensadores
ocidentais interpretam essa ciência sem ter acesso ao conhecimento tântrico
genuíno. Isso gera confusão e falta de informação verdadeira. Aqui iremos
estudar a ciência dos cakras em
conformidade com a tradição tântrica, sem influências ocidentais.
Percepção dos cakras
Os cakras, kuṇḍalinī e a mente têm aspectos sutis
em todos os níveis de vibração. Isto é extremamente complicado e muito da
realização destes níveis são muito pessoais. Mesmo assim, diferentes pessoas
vêem estes aspectos ocultos a partir de diferentes pontos de visualização. Por
exemplo, se tiverem realizações sobre os cakras,
estes serão coloridos pelas suas próprias tendências. Alguns têm concentrações
até certo nível nos seus aspectos místicos mais sutis, sobre a sua energia prânica
e suas manifestações, alguns sobre a sua realidade funcional, alguns em seus
efeitos psicológicos, e ainda outros, em suas características físicas concomitantes.
Isto normalmente é totalmente correto e, quando se reúnem diversas autoridades,
acham que eles não estão falando das mesmas coisas, mas a partir de diferentes
pontos de vista. Se olharmos para um homem através de binóculos ele parecerá
grande. Se olharmos para ele pela visão normal ele terá o tamanho habitual. Se
olhamos para ele através de uma máquina de raios-X, veremos o seu esqueleto, e
se olharmos através de um gastroscópio vemos o interior de seu estômago. É o
mesmo homem, mas de pontos de vista diferentes.
Da mesma forma, enquanto que um místico ou yogī irá descrever os cakras de um modo espiritual ou
simbólico, o cirurgião pode descrever os cakras
como cachos de fibras nervosas com o qual chama de plexos, e um vidente irá descrever
as manifestações da energia dos cakras
de uma forma diferente. Estas pessoas podem divergir, mas, na verdade, elas
estão vendo a mesma coisa de diferentes pontos de vista. As discrepâncias são
largamente semânticas, devido a diferenças culturais, educacionais e
entendimentos pessoais. Este é uma problema comum entre os homens, quando eles
tentam se comunicar com palavras em qualquer idéia ou experiência.
Considerando que temos grande respeito pela noção tântrica, temos
a nossa própria experiência, e portanto, nas nossas descrições dos cakras vamos fazer referências a ambos.
No entanto, em vez de tentar compreender os cakras
através da escrita verbal ou descrições dos outros, você tem que lhes experienciar
por si mesmo e ganhar o seu próprio conhecimento pessoal. Tantra é essencialmente uma ciência prática, em vez de um sistema
intelectual, e só leva à experiência prática, verdadeira e ao real
entendimento.
Simbologia dos cakras
Se você estiver praticando kuṇḍalinī-yoga, kriyā-yoga,
haṭha-yoga, meditação ou qualquer
forma de terapia com os cakras, é
necessário conhecer as diferentes cores e os símbolos deles. Estes símbolos
fazem parte intrínseca do despertar de cada um dos cakras. Cada cakra tem
uma cor especial, mantra, situação e
variedade de experiências associadas a ele.
Diferentes cultos esotéricos e espirituais usam diferentes
sistemas de símbolos para representar os cakras.
No Tantra os cakras são simbolizados por flores de lótus. Como um símbolo, o
lótus é muito significativo. O homem tem de passar por três etapas distintas na
vida espiritual, que representa a sua existência em três níveis diferentes:
ignorância, esforço na aspiração, e iluminação. O lótus também existe em três
níveis diferentes - lama, água e ar. Os brotos na lama (ignorância), crescem
através da água, em um esforço para chegar à superfície (se esforçam na
aspiração) e, eventualmente, atingem o ar e a luz direta do sol (iluminação).
Assim, o lótus simboliza o crescimento do homem a partir dos menores estados de
consciência para o estado de consciência superior. O ponto culminante do
crescimento do lótus é uma bela flor. Da mesma forma, o culminar do homem na
busca espiritual é o despertar e florescimento da consciência.
Então, cada um dos cakras
principais podem ser visualizados como uma flor de lótus, com uma cor
específica e um número de pétalas, como segue:
1. Mūlādhāra-cakra – quatro pétalas e sua cor é vermelho escuro;
2. swādhisṭhāna-cakra – seis pétalas e sua cor é vermelho;
3. maṇipūra-cakra – dez pétalas e sua cor é amarelo;
4. anāhata-cakra – doze pétalas e sua cor é azul;
5. viśudha-cakra – dezesseis pétalas e sua cor é violeta;
6. ājñā-cakra – duas pétalas e sua cor é cinza-prata;
7. sahasrāra-cakra – mil pétalas multicoloridas.
Em cada cakra,
seis coisas estão combinadas:
1.
a cor do cakra;
2.
as pétalas da flor de lótus;
3.
o yantra ou a forma geométrica;
4.
o bīja-mantra;
5.
o símbolo do animal;
6.
a divindade do cakra.
Cada cakra contém
um animal e seres divinos. Os animais representam a sua evolução anterior e
seus instintos, e os seres divinos representam a consciência maior.
Em nossa exposição dos cakras
podemos afirmar que um cakra tem uma cor
especial, mas se você for um bom aspirante de Yoga e na sua concentração sobre os cakras você perceber outra cor, esta é a verdade para você. Suas experiências
são tão válidas quanto as nossas, mas uma coisa é certa, conforme você se mover
através dos cakras, as freqüências
das cores se tornarão mais sutis e mais poderosas.
Cakra kṣetraṃ
Em muitas das práticas de kuṇḍalinī-yoga temos de nos concentrar e focalizar a nossa
percepção sobre o cakra, acionando
pontos na medula espinhal. No entanto, muitas pessoas acham mais fácil se
concentrar no cakra-kṣetraṃ localizado
na parte frontal da superfície do corpo. No kriyā-yoga
em particular, o cakra-kṣetraṃ é utilizados em muitas das
práticas. O kṣetraṃ pode ser considerado
como um reflexo do cakra original, um
ponto acionado, e quando nos concentramos sobre ele, cria-se uma sensação que
passa através dos nervos para o cakra
em si e, em seguida, viaja até o cérebro.
Mūlādhāra não tem um kṣetraṃ, mas swādhisṭhāna,
maṇipūra, anāhata, viśudha e ājñā
têm homólogos físicos diretamente na frente deles no mesmo plano horizontal. Swādhisṭhāna-kṣetraṃ está no nível do osso púbico na frente do corpo e um pouco
acima do órgão genital. Maṇipūra-kṣetraṃ
está no umbigo, anāhata-kṣetraṃ está no coração e viśuddha-kṣetraṃ está localizado na parte frontal da superfície do buraco na
garganta, próximo da glândula tireóide. Ājñā-kṣetraṃ
é bhrūmadhya (ponto entre as
sobrancelhas).
Os granthis
Existem três granthis
(nós psíquicos) no corpo físico, que são obstáculos no caminho do despertar da kuṇḍalinī. Os granthis são chamados de brahmā,
viṣṇu e rudra-granthi, e representam níveis de conhecimento em que o poder
de māyā, a ignorância e o apego às
coisas materiais são especialmente fortes. Cada aspirante deve transcender
esses entraves para fazer com que a passagem se torne límpida para kuṇḍalinī ascender.
Brahmā-granthi tem suas funções na região do mūlādhāra-cakra. Implica ligar-se aos
prazeres físicos, objetos materiais e excessivo egoísmo. Implica também viver
sob o governo de tamas –
negatividade, letargia e ignorância. Viṣṇu-granthi
opera na região do anāhata-cakra.
Está associado com a escravidão do apego emocional e apego às pessoas e visões
psíquicas internas. Ele está conectado com rajas
– a tendência para a paixão, ambição e agressividade. Rudra-granthi tem suas funções na região do ājñā-cakra. Está associado ao desenvolvimento de siddhis, fenômenos psíquicos e os
conceito de nós mesmos como indivíduos. É preciso renunciar o sentido do ego e
transcender a dualidade, tornando-se mais espiritualizado.
Intercâmbio entre os cakras
Além de funcionar como centros de controle, os cakras funcionam como centros de
intercâmbio entre o desenvolvimento nas dimensões físico, astral e causal. Por
exemplo, através dos cakras, as
energias sutis a partir da dimensão astral e causal podem ser transformadas em
energia para a dimensão física. Isto pode ser visto nos yogīs que são enterrados no subsolo por longos períodos de tempo.
Através da ativação do viśuddha-cakra,
que controla a fome e a sede, é permitido a uma pessoa subsistir por meio da
energia sutil sob a forma de amṛta ou
néctar, capaz de manter a sua existência.
E mais além pode-se contemplar a energia física que pode ser
transformada em energia sutil através da ação dos cakras, e estas energias físicas também podem ser convertidas em
energia mental dentro da dimensão física.
Assim, os cakras
são vistos como intermediários na transferência e conversão da energia entre
duas dimensões vizinhas de existência, assim como na de facilitar a conversão
entre a energia do corpo e a da mente. Conforme o cakras são ativados e despertados, o homem não só se torna
consciente dos maiores reinos de existência, mas também ganha o poder de se
introduzir nesses reinos e, em seguida, por sua vez, para apoiar e dar vida às
dimensões menores.
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