Fernando Liguori
O presente capítulo é uma
compilação de instruções dadas nos cursos de Formação em Yoga, Oficina de Prāṇāyāma,
Oficina de Meditação e Curso de Kuṇḍalinī Yoga do Instituto Kaula Yoga.
1. Recomendações para prática de āsana
As recomendações
seguintes devem ser bem entendidas antes de seguir adiante. Embora qualquer
pessoa possa praticar, os āsanas se
tornam mais eficientes e benéficos quando executados de maneira apropriada,
depois de uma preparação adequada.
Respiração: Sempre respire pelo
nariz, a menos que instruções contrárias sejam dadas. Tente coordenar a
respiração com os movimentos dos āsanas.
Consciência: Este aspecto é tão
importante na prática dos āsanas como
em todas as outras práticas do Yoga.
O propósito da prática de āsanas é
influenciar, integrar e harmonizar todos os níveis do ser: físico, energético,
mental, emocional, psíquico e espiritual. A principio pode parecer que os āsanas estão meramente relacionados ao
nível físico, pois eles lidam com o movimento em diferentes partes do corpo.
Contudo, eles têm um profundo efeito em todos os níveis do ser, caso sejam combinados com a consciência.
Consciência tem muitas
conotações. Neste contexto pode ser entendida como percepção concentrada nos movimentos físicos, na postura corporal, no
controle e sincronismo da respiração, na contagem mental, nas sensações
corporais, no movimento do prāṇa, na concentração em alguma parte do corpo ou
cakra e, o mais importante, em quaisquer pensamentos ou sentimentos que surjam
durante a prática. No conceito de consciência, está implícita a idéia de aceitação de qualquer tipo de pensamento
ou sentimento que surja inesperadamente. Essa consciência é essencial para se
obter os benefícios máximos da prática.
Lado direito e esquerdo: Normalmente, as pessoas têm mais facilidade em realizar os āsanas para o lado direito, por ser este
o mais utilizado nos padrões de comportamento. Entretanto, uma vez que o āsana seja aprendido, é essencial
praticá-lo também para o lado esquerdo. Isso tornará a mente mais consciente.
Relaxamento: Śavāsana poderá ser executado em qualquer momento durante a
prática, especialmente quando estiver sentindo cansaço físico ou mental. Também
deve ser praticado como conclusão da execução dos āsanas.
Seqüência: Depois de realizar ṣaṭ-karmāṇi, pratique āsanas, na seqüência prāṇāyāmas, pratyāhāra e dhāraṇā que
conduzem a meditação.
Contraposição: Quando
se pratica principalmente o grupo de āsanas
intermediário e avançado, é importante que o programa seja estruturado de tal
forma que as flexões para trás sejam seguidas de flexões para frente e
vice-versa. Além disso, tudo o que for praticado de um lado do corpo deve ser
repetido para o outro lado. Essas contraposições são necessárias para trazer o
corpo de volta ao estado de equilíbrio. Para certos āsanas descritos neste curso são recomendadas contraposições
específicas.
Hora da prática: Āsanas podem ser praticados a qualquer
hora do dia, exceto depois das refeições. O melhor horário, contudo, é o
período de duas horas antes do amanhecer. Este período do dia, conhecido em
sânscrito como brahmamuhurta, é o
mais propício para práticas avançadas. Neste momento, a atmosfera está pura e
calma, as atividades do estômago e intestino estão paradas, a mente não tem
nenhuma impressão profunda no nível consciente e está vazia de pensamentos,
preparando-se para o longo dia que virá pela frente. O praticante provavelmente
perceberá que seus músculos estão mais rígidos neste período da manhã,
comparado ao período da tarde quando eles estão mais flexíveis. Não obstante,
este é o momento mais recomendado para sua prática. Outro período favorável é à
tarde, no período de duas horas que compreendem o pôr-do-sol.
Gestação: Muitos āsanas são úteis para o processo de
gestação, mas é importante a orientação de um médico e um professor qualificado
antes de iniciar a prática. Não se deve forçar as posturas ou realizar
inversões nos estágios mais avançados da gestação.
Limitações da idade: Os āsanas podem ser praticados por pessoas
de todas as idades.
Lugar para prática: Pratique
em uma sala bem ventilada que esteja calma e silenciosa. Os āsanas também podem ser praticados ao ar
livre, mas o ambiente deve ser agradável, um belo jardim com árvores e flores,
por exemplo. Não pratique exposto ao vento, ao frio, ao ar poluído, esfumaçado
ou com odores desagradáveis. Não pratique perto móveis, fogo ou qualquer coisa
que atrapalhe uma queda livre no solo, especialmente quando estiver executando
inversões. Muitos acidentes ocorrem porque as pessoas caem em cima de objetos.
Não pratique debaixo de ventilador, a menos que esteja extremamente quente.
Manta: Use uma manta dobrada,
confeccionada com material natural, como isolante entre o corpo e a terra. Não
use colchão esponjoso, pois ele não dá apoio suficiente para coluna.
Roupas: Durante a prática, é
melhor usar roupas soltas, claras e confortáveis. Antes de começar, retire os
acessórios como relógio, jóias etc.
Banho: Tente tomar um banho
frio antes de começar a prática. Isso potencializará os efeitos dos āsanas.
Esvazie os intestinos: Antes de iniciar o programa de āsanas, a bexiga e os intestinos devem estar vazios. Se você tem
intestino preso, tome dois ou três copos de água morna com um pouco de sal e
pratique os āsanas da seqüência śankhaprakṣalana: tadāsana, tyriaka-tadāsana,
kati-cakrāsana, tyriaka-bhujaṅgāsana e udaranakarśanāsana.
Isso deverá eliminar a constipação. Caso contrário, a prática de pawanmuktāsana (série anti-gástrica)
poderá ajudar. Escolha um horário diário para ir ao banheiro antes da prática
de āsanas. Não tensione, tente
relaxar todo o corpo. Depois de algumas semanas os intestinos estarão
funcionando automaticamente no mesmo horário todos os dias. Evite usar drogas
laxativas.
Estômago vazio: O
estômago deve estar vazio durante a prática de āsanas. Para se certificar disso, os āsanas não devem ser praticados por pelo menos três ou quatro horas
após uma refeição. Uma razão pela qual a prática da manhã é recomendada é o
fato de o estômago estar vazio.
Dieta: Não há uma dieta
especial para praticantes de āsanas,
embora seja melhor comer com moderação e consumir alimentos naturais. Entretanto,
para os estágios mais avançados da prática, uma dieta vegetariana é essencial.
Na hora da refeição, é aconselhável preencher metade do estômago com comida, um
quarto com água ou líquido e deixar o outro quarto vazio. Coma para satisfazer
a fome e nunca a ponto de sentir peso ou letargia. Coma para viver e não viva
para comer.
Quando os āsanas são praticados com objetivo
espiritual, os alimentos oleosos e picantes devem ser evitados, pois além de
serem pesados, causam acidez e gases no sistema digestivo.
Não force: Nunca force de maneira
imprópria enquanto estiver praticando āsanas.
Iniciantes podem ter os músculos rígidos no princípio, mas depois de várias semanas
de prática regular, eles irão se surpreender ao notar que seus músculos estão
muito mais flexíveis.
Contra-indicações:
Pessoas com fraturas nos ossos ou que estejam sofrendo com distúrbios ou
doenças crônicas como úlceras estomacais, tuberculose ou hérnia. Aqueles que
estão se recuperando de alguma operação devem consultar um médico ou professor
de Yoga experiente antes de iniciar a
prática. Cuidadosamente os praticantes deveriam observar as contra-indicações
dadas no fim de cada āsana.
Āsana invertido:
Pessoas com problemas cardíacos, pressão alta, arteriosclerose, glaucoma,
infecção ocular ou qualquer doença cerebral devem abster-se das posturas
invertidas. Aqueles com problemas na coluna cervical não devem praticar
posturas em que o pescoço seja sobrecarregado. Para todos os āsanas em que a cabeça esteja abaixo da
linha dos quadris (semi-invertidas), deve-se aplicar as orientações para as
invertidas.
Interrupção da prática de āsanas: Se houver dor excessiva em alguma parte do corpo, os āsanas devem ser interrompidos
imediatamente e, se necessário, deve-se buscar orientação médica. Não permaneça
em um āsana se estiver sentindo
desconforto.
2. Recomendações para prática de prāṇāyāma
Nos textos tradicionais,
existem inúmeras regras e regulamentos associados à prática do prāṇāyāma. Os pontos principais envolvem
exercer a moderação, equilíbrio e bom-senso no que diz respeito à maneira de se
viver, tanto interna quanto externamente. Contudo, para aqueles que desejam
seriamente chegar às práticas avançadas de prāṇāyāma,
a orientação de um guru ou professor experiente é essencial.
Contra-indicações: Prāṇāyāma não deve ser praticado durante
qualquer doença. Apenas técnicas simples como consciência na respiração e a
respiração abdominal em śavāsana
podem ser feitas. Observe cuidadosamente as contra-indicações para cada
prática.
Horário para prática: O período para prática de prāṇāyāma é bem cedo pela manhã, quando o corpo está descansado e a
mente com poucas impressões. Se isso não for possível, um outro momento
apropriado é logo após o pôr-do-sol. Prāṇāyāmas
que acalmam podem ser praticados antes de dormir. Tente praticar regularmente
no mesmo horário e local. A regularidade na prática aumenta o poder e a força
de vontade, assim como prepara o corpo e a mente para o aumento da força do prāṇa. Não tenha pressa, um progresso
lento e estável é essencial.
Banho: Tome um banho antes de
iniciar a prática, ou pelo menos lave as mãos, o rosto e os pés. Não tome banho
por, pelo menos, meia hora depois da prática, permitindo assim que a
temperatura do corpo se normalize.
Roupas: Use roupas confortáveis,
folgadas e feitas de fibras naturais durante a prática. O corpo pode ser
coberto com um lençol ou com uma manta quando estiver frio ou para evitar
insetos.
Estômago vazio:
Espere passar pelo menos três a quatro horas depois de uma refeição antes de
iniciar a prática de prāṇāyāma. O
alimento no estômago exerce pressão sobre o diafragma e os pulmões, tornando a
respiração completa difícil.
Dieta: Uma dieta balanceada de
proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais é favorável para muitas das
práticas de prāṇāyāma. A combinação
recomendada envolve grãos, cereais, frutas frescas e vegetais com um pouco de leite
ou derivado, caso seja necessário. Quando se inicia a prática de prāṇāyāma, podem ser notadas constipação
e redução na quantidade de urina. No caso de ressecamento, interrompa a
ingestão de sal, pimentas e beba bastante água. No caso de diarréia, interrompa
a prática por alguns dias e adote uma dieta à base de arroz e iogurte. Os
estágios mais avançados de prāṇāyāma
requerem uma mudança na dieta e um guru deve ser consultado em busca de
orientações.
Local de prática:
Pratique em uma sala onde o ambiente seja quieto, limpo e prazeroso. Deve haver
boa ventilação, mas sem correntes de vento. Como regra geral, evite praticar
diretamente sob a luz do sol, uma vez que o corpo se tornará superaquecido,
exceto ao amanhecer, período em que os raios solares são suaves e benéficos.
Praticar expondo-se ao vento, ar-condicionado ou debaixo de um ventilador pode
perturbar a temperatura corporal, causando resfriados.
Respiração: Sempre respire através
das narinas, evitando a respiração bucal, a menos que haja instruções
específicas. As narina devem estar limpas e fluindo livremente. Bloqueios na
mucosa podem ser eliminados com a prática de jala-neti ou kapālabhāti.
Se o fluxo de ar nas narinas é inadequado, isso pode ser regulado com a prática
de padadhirāsana e com uma técnica de
respiração equilibrante.
Seqüência: O prāṇāyāma deve ser praticado depois dos ṣaṭ-karmaṇī (seis ações de limpeza) e āsanas (posturas) e antes da prática de meditação. Nāḍī-śodhana-prāṇāyāma deve ser
praticado em cada sessão de prāṇāyāma,
pois seus efeitos de purificação e equilíbrio são a base para o sucesso da
prática. Depois da prática de prāṇāyāma
pode-se deitar em śavāsana por alguns
minutos a fim de se assimilar os efeitos da prática.
Posição sentada: Uma
posição meditativa, confortável e estável, é necessária para gerar respiração
eficiente e firmeza corporal durante a prática. Siddhāsana ou siddha-yoni-āsana
são as melhores posturas para a prática de prāṇāyāma.
Durante toda a prática, o corpo deve estar o mais relaxado possível, com a
coluna alongada e o pescoço e a cabeça alinhada. Sente-se sobre uma manta
dobrada de fibras naturais para assegurar maior condutividade energética
durante o processo. Aqueles que não podem sentar em uma posição meditativa,
poderão encostar em uma parede, com as pernas esticadas ou até mesmo em uma
cadeira, onde possam manter a coluna ereta. Para maiores detalhes sobre os āsanas apropriados para a prática do prāṇāyāma, veja próxima seção.
Evite esforço: Em
todas as práticas de prāṇāyāma, é bom
lembrar que a instrução de não forçar, não tentar aumentar a capacidade rápido
demais, aplica-se da mesma forma para a prática dos āsanas. O aconselhado é praticar uma técnica de prāṇāyāma durante um período de tempo
antes de passar a uma prática de duração mais avançada. É sábio seguir as
instruções. Além disso, a retenção da respiração é mantida apenas pelo tempo
que for confortável. Os pulmões são órgãos muito delicados e o mau uso pode
facilmente danificá-los. Não apenas o corpo físico, mas também os aspectos mentais
e emocionais da personalidade necessitam de tempo para se ajustarem. Nunca
force ou exagere de alguma forma.
Efeitos colaterais:
Vários sintomas podem se manifestar em pessoas normais e saudáveis. Estes são
causados pelo processo de purificação e expulsão de toxinas. Podem ocorrer
sensações de coceiras, pontadas na pele, calor, frio, leveza ou peso. Tais
experiências são, geralmente, temporárias. Mas se persistirem no decorrer das
práticas, oriente-se com um professor de Yoga.
Níveis de energia podem aumentar ou variar; interesses podem mudar. Se alguma
mudança causar dificuldades no estilo de vida, diminua a prática ou mesmo
interrompa e busque orientação com um professor competente ou um guru.
3. Recomendações para prática de kuṇḍalinī-yoga: prāṇāyāmas,
mudrās, bandhas e kuṇḍalinī-kriyās
As seguintes orientações aplicam-se a ambas as práticas
específicas com os cakras e às
técnicas avançadas de kuṇḍalinī-kriyā
(kriyā-yoga). Elas devem ser seguidas
tão cautelosamente quanto possível.
O aspirante que deseja fervorosamente seguir o kuṇḍalinī-yoga tem que aproximar-se do caminho com uma atitude diferente. Sua
vida tem de se tornar um sādhanā e
ele deve ser totalmente dedicado à sua prática e sua meta (iṣṭa). Ele terá de viver uma vida de moderação e maior
conscientização em suas responsabilidades diárias. Ele ou ela tem de ser um
guerreiro na vida e deve procurar a orientação de um guru competente que possa
apontar o caminho para a busca espiritual. O kuṇḍalinī-yogī tem de ser
ardente e fiel à sua prática e as instruções do seu guru. Ele terá de dedicar
mais tempo em cada manhã para aperfeiçoar as práticas dadas neste curso.
Seja qual for o seu objetivo na vida e sejam quais forem os
seus compromissos e responsabilidades, kuṇḍalinī-yoga pode definitivamente ajudá-lo a se
tornar mais eficiente, mais pacífico e mais consciente. Procure as instruções
de um saṃnyāsin ou um professor
qualificado de Yoga, aprenda as
técnicas e pratique-as sistematicamente de acordo com a quantidade de tempo
disponível a cada dia. Desta forma, sua vida vai ser transformada na mais
emocionante aventura – a viagem para a experiência interior e única.
Dieta:
A maioria das pessoas que estão prontas para o kuṇḍalinī-yoga levam uma vida bem regulada, tendo uma dieta vegetariana
equilibrada. Se você ainda se alimenta tarde, bebe álcool e come grandes
quantidades de carne, sugerimos que lentamente reduza estes hábitos e faça
alguns dos ṣaṭ-karmāṇis do haṭha-yoga, tais como a śankhaprakṣalana.
Na verdade, nós sugerimos que não inicie os kuṇḍalinī-kriyās até que tenha se tornado
vegetariano completamente. É uma indicação dada pelos śāstras que qualquer prática de kuṇḍalinī-yoga seja feita por um adepto sutilizado.
Comer com moderação uma comida vegetariana, fresca, limpa e
de fácil digestão. Isso recebe o nome de mitāhāra,
o sādhanā da alimentação e um
pré-requisito a execução das práticas avançadas de kuṇḍalinī-yoga. Kuṇḍalinī-yoga é um sistema que purifica todo o corpo. Se houver excesso de
toxinas no corpo pode ocorrer um drástico processo de depuração. O consumo
alimentar demasiado também tornará mais difícil fazer a maioria das técnicas
corretamente, especialmente prāṇāyāma
e aquelas que envolvem uḍḍīyāna-bandha.
Use sua discriminação na escolha dos alimentos que come. Lembre-se, todos os
cursos de kuṇḍalinī-yoga ministrados nos aśrams de nossa tradição são
acompanhados obrigatoriamente de restrições alimentares, por isso, adote
restrições semelhantes. Mas por favor, não passe fome ou torne-se caprichoso;
apenas tente adotar hábitos alimentares sensatos, sadios.
Doença:
Se você sofre de qualquer enfermidade física,
aconselhamos não iniciar as técnicas de kuṇḍalinī-yoga. Primeiro tome medidas para curar
sua doença por qualquer meio adequado, possivelmente haṭha-yoga. Se necessário,
entre em contato com algum professor de Yoga
qualificado para orientação. Se você sofre de qualquer doença mental ou
problemas emocionais sérios, não deve, no presente, iniciar as práticas de kuṇḍalinī-yoga. Faça outras práticas de Yoga
para trazer harmonia em sua vida e mente e, em seguida, inicie kuṇḍalinī-yoga. As técnicas de kuṇḍalinī-yoga são muito poderosas e se você não
tiver certo grau de estabilidade mental, pode piorar sua condição. Em caso de
dúvida, entre em contato conosco. O bom funcionamento da saúde é o requisito
básico para a prática de kuṇḍalinī-yoga.
Preparação yogī:
Antes de iniciar as técnicas de kuṇḍalinī-yoga orientadas
neste curso, você deve ter certa proficiência em haṭha e pātañjala-yoga.
Isso leva alguns anos. Particularmente, você deve ser proficiente nas seguintes
técnicas: pawanmuktāsana (série anti-reumática,
anti-gástrica e śakti-bandha-āsanas),
sūrya-namaskāra, āsanas tais
como sarvāṅgāsana, dhanurāsana, śalabhāsana, bhujaṃgāsana,
matsyāsana, paścimottānāsana e ardha-matsyendrāsana, bem como os ṣaṭ-karmāṇis e as práticas básicas de prāṇāyāma. No entanto, ao dominar essas técnicas
você precisará ter a orientação regular de um qualificado professor de Yoga.
Horário:
A melhor hora do dia para executar seu sādhanā é no início da manhã, duas horas
antes do amanhecer. Este horário é conhecido como brahmamuhurta em sânscrito, o
tempo divino. Neste momento a energia espiritual é elevada e há menos
perturbações, tanto externas quanto internas, do que em qualquer outro período
do dia. No entanto, se você não puder praticar durante o brahmamuhurta, escolha outro horário, quando o estômago não estiver
cheio.
Local para prática:
Tente praticar no mesmo local todos os dias. Isto irá
gradualmente construir uma atmosfera positiva que irá ser útil para seu sādhanā. Seu local de prática deve ser
limpo, pacífico e bem ventilado. Deve ser seco e nem muito quente e nem muito
frio. Não pratique sobre o chão descoberto; coloque um cobertor ou tapete sob
você. Se necessário, se envolva com um cobertor ou lençol. Tente evitar o uso
de ventiladores, a menos que seja absolutamente necessário.
Roupas:
O vestuário dependerá do clima prevalecente, mas deve
ser tão leve, solto e confortável quanto possível.
Regularidade:
Tente praticar diariamente num tempo fixo, sem faltar,
seguindo passo-a-passo o programa que temos ministrado neste curso. Em certos
dias, a mente pode inventar alguma razão para não praticar, ou pode estar
transtornada, perturbada ou agitada. Contanto que não exista doença, você deve
se esforçar para fazer sua prática todos os dias, no mesmo horário, no mesmo
local. Aja o que houver, execute o seu sādhanā.
Praticas preliminares: Antes de iniciar as
práticas de kuṇḍalinī-yoga, tente esvaziar o intestino e tomar
um banho frio. Se você vive em um clima frio, então, pelo menos, lave o rosto
com água fria. Isto é essencial para remover a sonolência. É uma boa idéia
fazer alguns āsanas antes do início
das práticas de kuṇḍalinī-yoga. Se o tempo não permitir, então,
pelo menos, faça de 5 a 10 ciclos de sūrya-namaskāra, começando lentamente e, em
seguida, acelerando o ritmo. Isto deve ser seguido por um curto período de
descanso em śavāsana até que o ritmo de
respiração volte ao normal.
Conscientização:
Se a mente se dispersa aqui e ali como um macaco
selvagem, não se preocupe. Deixe que os pensamentos e as emoções surjam sem
repressão. Olhe-os com a atitude de uma testemunha e continue a sua prática.
Gradualmente a mente se tornará preparada. Aconteça o que acontecer, sua
prática deve continuar. Essa atitude de assistir à mente, sem interferir, pode
ser definida como conscientização.
4. Recomendações para
prática de meditação
Para conseguir
experienciar a genuína meditação é necessário seguir algumas regras, medidas e
precauções básicas. As sugestões que agora se seguem foram planejadas para
aquelas pessoas que nunca ouviram falar de meditação ou aquelas que possuem
aspiração para experimentar em si os efeitos poderosos das técnicas
meditativas. Falta de preparo pode impedir o avanço progressivo na experiência
da meditação, principalmente nos estágios iniciais. Portanto é importante que
as sugestões que se seguem possam ser assimiladas e praticadas da melhor
maneira e sempre que possível.
Tempo: É melhor que você
estabeleça um tempo fixo para sua prática meditativa. Essa regularidade estabiliza
a rotina familiar garantindo a mente e o corpo o preparo adequado para prática.
O melhor período para
prática é bem cedo pela manha ou à noite antes de se deitar. Mas o melhor
horário mesmo é entre quatro e seis da manha. Esse horário, conhecido como brahmamuhurta, é o melhor para se
experienciar estados meditativos. Neste período o corpo e a mente estão
preparados para um relaxamento mais profundo. Além do mais, este é o horário
mais tranqüilo do dia com menor probabilidade ao incomodo de fatores externos.
É o período do dia em que você está menos perturbado com seus problemas
diários.
É importante praticar
antes de comer ou algumas horas depois. É difícil relaxar com o estômago cheio.
Se você precisa praticar após as refeições coma moderadamente.
Duração: Muitas pessoas,
entusiastas como são nos estágios iniciais da prática meditativa, dedicam muito
tempo a meditação. Contudo, esse entusiasmo gradualmente tende a diminuir. Por
exemplo, uma pessoa decide praticar por uma hora todos os dias. No segundo dia
esse tempo é reduzido por qualquer desculpa. No terceiro dia a prática será
reduzida por outras desculpas e no quarto a prática será abandonada completamente.
Portanto, é melhor começar com uma duração suportável que pode ser mantida
todos os dias. Dez minutos de prática todos os dias são melhores que uma hora
em dias ocasionais. Seja realista e escolha um período de tempo que possa
dedicar à meditação todos os dias. Na medida em que progride, gradativamente vá
aumentando o tempo da prática, sempre na medida do possível. É importante não
ver a prática como uma obrigação. Ela deve ser vista com prazer.
Postura: As melhores posturas
para meditação são padmāsana, siddhāsana, siddha-yoni-āsana ou outras como swastikāsana e ardha-padmāsana.
Estas são posturas meditativas. Eles
serão abordadas no módulo sobre meditação.
Lugar para prática: Para
praticar, escolha um lugar limpo e com uma atmosfera serena. Ele deve ser ventilado,
mas há que se ter cuidado com brisas muito frias. Deve ser seco e
confortavelmente aquecido. Não sente no chão frio. Coloque uma manta, um
tapetinho ou uma almofada debaixo dos glúteos. Deixe um espaço confortável para
sua prática, dessa maneira a mobília ou outros objetos não lhe incomodarão.
Tente usar o mesmo espaço diariamente.
Roupas: Isso depende da condição
climática. Contudo, as roupas devem ser as mais leves possíveis sob quaisquer
circunstâncias. Elas não devem comprimir ou interferir, de modo algum, no
processo respiratório.
Se existem muitos
mosquitos ou outros insetos, coloque uma manta comprida e fina ao seu redor
para mantê-los afastados. Uma alternativa, para aquelas pessoas que vivem em
climas tropicais, é realizar a prática meditativa sob um mosquiteiro de cama.
Isso é muito importante, pois é difícil meditar apropriadamente com mosquitos e
outros insetos zunindo no ouvido.
Sono: É normal para maioria
das pessoas dormirem na medida em que relaxam. Mas este não é o objetivo das
práticas meditativas. Muitas pessoas acordam um pouco mais cedo para executarem
sua prática de Yoga e meditação e a
maioria delas encontra dificuldades em permanecer acordadas. Esforço é requerido.
Tente não dormir, afinal, se cair no sono, estará perdendo seu tempo em acordar
mais cedo para praticar. Se você quer dormir, então é melhor que fique na cama.
Existem vários métodos para superar esta tendência: ir para cama mais cedo ou
tomar um banho frio antes da prática. Existe um método em particular que opera
sobre um longo período de tempo: a auto-sugestão. Quer dizer, sugira a si mesmo
antes da prática – e em outras horas do dia – que você não irá dormir durante a
prática meditativa. Se você faz dessa sugestão uma resolução psíquica, então estará criando raízes desta idéia em seu
subconsciente.
Provavelmente a melhor
maneira de superar o sono é a execução de āsanas
(posturas) e prāṇāyāmas (respiratórios
para o refinamento da bioenergia) antes da meditação. Essas técnicas são
excelentes, pois induzem o fortalecimento
da consciência. A parte disso, elas também induzem o relaxamento total do
complexo corpo-mente. Portanto, elas são um poderoso instrumento pelo qual
podemos tirar o máximo proveito das técnicas meditativas. Por essa razão, nós
recomendamos a execução de āsanas e prāṇāyāmas antes da meditação como parte
integral do programa diário de prática.
Existem pessoas que se
sentem exaustas após a prática meditativa. Esta sensação de exaustão é
exatamente o oposto daquilo que se espera conseguir por meios destas práticas.
Meditação, acima de tudo, deve nos trazer um estado profundo de relaxamento. Se
a prática meditativa falha neste ponto, então é certo que ela não está sendo
executada devidamente. Se este é o seu caso, provavelmente você está criando
tensão ao tentar se concentrar em vez de estar consciente permitindo que a
mente vagueie. Não lute contra a mente como se ela fosse um inimigo que deve
ser conquistado pela força. Trate-a como amiga e tente influenciá-la pela
persuasão gentil. A meditação deveria ser a fonte da felicidade e do regozijo.
Isso ocorre quando nos sintonizamos com os aspectos mais profundos de nossa
natureza. Ela não pode conduzir a tensão ou fadiga. Se este é seu caso, procure
por erros, enganos ou lacunas em seu método de prática.
Otimismo e pessimismo: Muitas pessoas esperam passar por experiências genuínas no
primeiro dia de prática. Isso quase não acontece. É questão de tempo. Prática
com perseverança aliada ao desapego do resultado sempre foi uma das instruções
mais importantes para que possamos passar por experiências verdadeiramente
meditativas. Mesmo que você não sinta a alegria e a liberdade proporcionadas
pela meditação, definitivamente experimentará muitos outros efeitos e
benefícios, incluindo uma atitude relaxada perante a vida, aquietação e paz
mental.
Às vezes você se encontra
desanimado e duvidoso das alegações que fizeram acerca dos benefícios da meditação.
Você sente como se estivesse perdendo seu tempo caçando castelos no céu. Todos nós sentimos isso, dessa mesma maneira, uma
vez ou outra. Não se desespere por experiências meditativas transcendentais,
pois elas são uma herança para todos nós, o tesouro da vida esperando para ser
encontrado.
Relaxamento físico: O
primeiro obstáculo a ser superado durante as práticas meditativas é a dor no
corpo, inflexibilidade e tensão corporal. Isso é um prelúdio essencial para o
esquecimento do corpo. É impossível meditar se não há relaxamento, como já
estudamos anteriormente. Existem vários métodos parta se relaxar
sistematicamente o corpo todo. O melhor método é a combinação de āsanas antes de começar a prática meditativa.
Na verdade, os āsanas foram
designados para esta finalidade.
Se você não tem tempo
para execução dos āsanas, existe um
excelente método para induzir o relaxamento no corpo: é a prática de naukāsana. Por um curto período de
tempo, naukāsana tenciona todo o
corpo e depois o relaxa. Execute por alguns minutos. É um método excelente para
relaxar todo o corpo rapidamente. Sua técnica opera sobre o princípio de que
após uma acentuada tensão física, existe a tendência do corpo a assumir o
oposto extremo, i.e. o relaxamento.
Existe um outro método em
que as diferentes partes do corpo são tencionadas ao seu máximo uma após a
outra. Deite-se com as costas no chão em śavāsana.
Dirija sua consciência à perna direita e tencione-a o máximo possível por um
período de tempo, sem forçar. Então relaxe. Repita o processo com a perna
esquerda, os dois braços, os punhos, o abdômen, o peitoral, os ombros e
finalmente todo o corpo. Essa prática não deve durar mais do que cinco minutos
e promove um rápido relaxamento a ser feito antes das técnicas meditativas.
Relaxamento mental: É o
objetivo das técnicas meditativas induzir a tranqüilidade mental como veículo
para atingir a experiência meditativa mais profunda. Contudo, muitas vezes é
difícil progredir nas práticas por conta das tensões mentais e emocionais. Āsanas e prāṇāyāmas são um método excelente de acalmar até mesmo a mente
mais turbulenta. Esta é outra razão para se praticar āsanas e prāṇāyāmas antes
da meditação.
Muitas vezes nós somos
dominados por persistentes pensamentos obsessivos que possuem emoções secundárias
como o ciúme, orgulho, medo e muitos outros. Eles não são fáceis de serem
removidos. De maneira nenhuma você deve suprimi-los, pois eles somente irão
permanecer adormecidos na mente subconsciente. Deixe que esses pensamentos
vagarosos e exaustivos surjam, mas veja-os conscientemente. Quer dizer, olhe
para os pensamentos como se eles fossem diferentes de você, como se eles
ocorressem fora de você. Dessa maneira eles irão perder a intensidade e
cessarão seu domínio sobre você. É claro, a prevenção é melhor que a cura. É
preferível que estes pensamentos emocionalmente carregados ocorram o mínimo
possível. Isso pode ser conquistado pela adoção das sugestões que discutimos
nos módulos anteriores acerca do relaxamento e da meditação. Melhor ainda se
aliados a prática do Yoga.
A causa da tensão é a
mente. Através das práticas meditativas, o meditante gradativamente vai tendo
acesso a fonte de seus desequilíbrios. As pessoas experimentam essa agitação de
maneira distinta. Mas essa agitação é apenas a manifestação. A causa ou o
núcleo reside nas profundezas da mente. Nós sempre estaremos infelizes e
emocionalmente desequilibrados enquanto este núcleo persistir em existir nas
profundezas de nossa mente. Este núcleo reside na forma de conflitos e
complexos dos quais as atividades exteriores são um mero reflexo. É somente
pela visão clara e pelo entendimento dos problemas que residem no subconsciente
que eles serão eliminados. O caminho é lento, mas as práticas meditativas nos
ajudam a percorrê-lo com segurança. Nesse caminho, o meditante conquistará
estados mais relaxados no corpo e na mente. Na medida em que relaxa mais
profundamente, gradativamente estará apto a explorar os rincões da mente. Na
medida em que se aprofunda nas camadas mais sutis da mente, mais relaxamento é
produzido. É uma via de mão dupla que ocorre com o cultivo da prática
disciplinada.
Cognição racional: Tente
não envolver seus pensamentos intelectuais nas práticas de meditação, pois o
objetivo da meditação é transcender pensamentos racionais ou irracionais. Isso
não é um processo fácil. Não suprima a contínua torrente de pensamentos, mas
novamente: esteja completamente consciente deles. Absorva a si mesmo no aspecto
prático da meditação.
Veículo para consciência: Um símbolo ou som é requerido para agir como veículo para
fixação de sua atenção. Dessa maneira é possível dirigir a consciência para os
reinos da mente. Geralmente, o veículo para consciência é mais poderoso se ele
possui um significado profundo. Você estará apto a experienciar a concentração
profunda se o objeto prender toda sua atenção, pois dessa maneira sua
consciência estará menos propensa a vagar, podendo penetrar com mais facilidade
nas camadas da mente. Se o objeto (veículo para consciência) tiver pouco ou
nenhum significado para você, então sua consciência certamente estará mais
propensa a divagação. Sob essa circunstância a experiência meditativa pode ser
frustrante e você pode gerar tensão no esforço de atingir o unidirecionamento
da consciência. Isso prejudica o sucesso na prática.
Qualquer coisa pode ser
usada como veículo para consciência. Se você faz parte de determinado grupo
religioso, pode utilizar uma imagem de sua reverência ou de Deus, na maneira em
que você concebe sua manifestação. Por exemplo, se você é cristão,
provavelmente terá mais sucesso se usar a imagem da cruz, a imagem de Jesus ou
de algum santo. Tudo depende de sua devoção. Se você é budista, então pode
utilizar a imagem de Buda. Se pratica o hinduísmo, pode escolher entre as
muitas encarnações de Deus como Kṛṣṇa, Rāma etc. Você deve usar seu
discernimento neste momento. Somente você pode escolher um veículo para sua
consciência que possui profundo significado.
Se você não pertence a
nenhum grupo religioso, existem muitos outros símbolos que pode usar como veículo
para consciência. Se possuir um guru, se concentre em sua forma, ou no símbolo
do yin yang, a forma simbólica do auṃ, o processo respiratório, um mantra, uma rosa, um lótus, a lua, o
sol, a chama de uma vela etc.
Na medida em que explorar
os reinos ocultos de sua mente, notará que será confrontado por um símbolo psíquico que não possui nenhum tipo de
significado para você. Mesmo que tente analisar a imagem, não conseguirá
compreender seu significado ou porque ela exerce uma influência compulsiva
sobre você. O símbolo irá afetá-lo profundamente, pois tamanha é sua
intensidade. Pessoas que passam por esse tipo de experiência alegaram estar
completamente admiradas pela natureza do símbolo e sua importância valiosa como
veículo para consciência. Portanto, se essa experiência ocorreu com você,
utilize o símbolo como veículo para consciência se acreditar que ele é a melhor
opção para este trabalho. Você pode pintá-lo e desenvolver a habilidade de
traçá-lo mentalmente na frente de seus olhos fechados, de forma vívida e clara,
seja no papel ou no mental. A consciência corporal é um ótimo veículo para
consciência, assim como a consciência respiratória. Esses dois processos são
utilizados em inúmeras técnicas desenvolvidas por nós.
Consciência: A essência de toda prática meditativa é o desenvolvimento da consciência.
Quer dizer, consciência total de todos os reinos da mente. Sem consciência, a
meditação é impossível.
Lembre-se, por
consciência – em um primeiro estágio – nós queremos dizer que você deve se
manter como uma testemunha do processo que ocorre nas profundezas da mente
assim como na prática meditativa que está executando. Em outras palavras, você
deve se manter a parte de seus pensamentos. Não se perca ou se envolva com
eles. Apenas observe o processo como se fosse um espectador. Se sua mente tem a
tendência de vagar e se associar a outras coisas durante sua prática
meditativa, não fique frustrado ou tente suprimir essa tendência. Isso acontece
com todo mundo. Um dia nos encontramos tão relaxados que nossa consciência
automaticamente foca – por si mesma – o objeto de meditação sem esforço. Outro
dia nossa atenção salta de um lado para o outro como um macaco bêbado em uma
árvore. Devemos aceitar essas oscilações. O caminho para subjugar a mente é
permitir que ela vagueie como queira, não forçando a concentração. Dê a mente
rédeas livres, mas ao mesmo tempo esteja consciente do fato de que ela está
vagando, perambulando, divagando. Em outras palavras, simultaneamente mantenha
sua consciência nos diferentes pensamentos e no processo da meditação que está
praticando. Após um tempo você notará que a mente, por si mesma, irá parar de
vaguear e automaticamente se tornará mais focada na prática. Enfatizamos novamente:
não force o direcionamento da mente.
Algumas vezes a mente
estará particularmente perturbada. Ela irá incessantemente pular de um pensamento
ao outro, completamente obcecada por um problema ou algum outro conflito
emocional. Um excelente método para superar essa situação aparentemente
impossível – e na esperança de se obter um relaxamento mais profundo em todos
os sentidos – é se concentrar na repetição de um mantra inúmeras vezes. Um bom mantra
é o auṃ que, nestas condições, pode
ser entoado vagarosamente por um longo período de tempo. Se praticar com
intensidade, notará uma incrível sensação de calma na mente. É simples, mas
muito eficiente.
Obstáculos gerais: Existem
vários obstáculos na meditação. Como explicado nas lições anteriores, os maiores
impedimentos são os desequilíbrios físicos e mentais. Muitas doenças podem ser
removidas ou aliviadas pela prática de āsanas
e outras técnicas yogīs como a
meditação.
Os distúrbios mentais são
de vários tipos: ciúme, ódio, orgulho, egoísmo etc. Eles podem ser arrancados
em suas raízes por inúmeros métodos. O método que estamos tratando neste curso
são técnicas de meditação aliadas à auto-sugestão com temas desenvolvidos a
partir da moral yogī, i.e. yamas e niyamas. Problemas mentais como os descritos acima certamente serão
removidos se o praticante utilizar os métodos delineados na lição A Causa Raiz da Tensão, onde a
auto-identidade é removida do complexo corpo-mente até o centro da consciência.
Neste caminho, os eventos exteriores bem como os desequilíbrios mentais e corporais
terão pouco ou nenhum efeito no praticante, dependendo do grau de perfeição da
nova identificação.
Problemas ou bloqueios
como a depressão podem ser liquidados pelo método acima descrito. Outro método
eficiente de remover – mesmo que temporariamente – esses bloqueios é através da
prática de mantra-siddhi-yoga ou pela
prática com o mantra auṃ vocalizado
com unidirecionamento da mente por meia hora ou mais. Caminhada na natureza é
uma excelente terapia. Melhor ainda se envolver a meditação e outras práticas yogīs.
A ira é outro obstáculo
na meditação. Suas raízes nascem do egoísmo e do apego as trivialidades da
vida. Os tópicos sobre auto-identificação na lição Reprograme sua Mente, e os códigos de programação mental da lição A Causa Raiz da Tensão propõem a
orientação completa para superação de bloqueios como este. Utilize os métodos
deste curso e remova seus distúrbios mentais. Com o tempo você estará
executando suas próprias práticas. Neste caminho estará capacitado a remover os
maiores obstáculos à meditação. Freqüentemente, nós vivemos tormentas cuja
causa não conhecemos ou compreendemos, seja um conflito inconsciente, um
complexo, medo etc. A meditação é o método de reconhecer e liquidar esses
problemas. Mesmo que seja difícil meditar nas primeiras tentativas,
principalmente por conta destes problemas profundamente ocultos, não desista,
supere este obstáculo tentando remover a perturbação mental reconhecida pela
auto-sugestão. Isso fará com que a mente fique mais calma e relaxada.
Embora a meditação em si
possa parecer impossível, o praticante gradualmente começará a reconhecer
manifestações das camadas profundas de sua mente emanadas do campo da
consciência. Muitas dessas manifestações poderão ser conflitos profundos. Uma
vez que sejam reconhecidos, podem ser removidos através da auto-sugestão. É um
processo interconectado: quanto mais você purificar a sua mente, mais estará
apto a meditar verdadeiramente. Quanto mais você se aproxima do verdadeiro
processo meditativo ou começa a acessar as camadas mais profundas de sua mente,
mais estará apto a remover os complexos mais enraizados. Quanto mais fundo você
pesquisa sua mente, menos problemas irão surgir em sua vida.
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