Fernando Liguori
Ele não possui doença,
nem velhice e nem chegará à morte. Ele é aquele que obteve o corpo forjado no
fogo do Yoga.
Śvetasvatāra-upaniṣad, II: 12
O
Yoga é um ritual do fogo no qual nós oferecemos o corpo, a vida
e a mente no fogo da consciência que é o nosso Ser interior. Este fogo interior
nos leva através da noite escura da ignorância ao dia perpétuo da iluminação. Um grande yogī é uma chama viva cuja
presença é o suficiente para nos encher de luz, tepidez e vitalidade.
A prática do Yoga trata-se de criar o fogo do Yoga, que deveria ser sua fundação. Similarmente, a
Āyurveda é uma grande oferenda ao
fogo. Devemos criar o fogo da cura interior para sustentar nossa vitalidade e
saúde positiva. Um praticante de Āyurveda
deveria ter a tepidez desta chama cósmica de vida.
Este princípio ígneo no
universo é chamado de agni em
sânscrito, que significa a força
transformadora. Não é simplesmente o fogo em sua forma Elemental, mas todos
os potenciais de calor, luz e eletricidade. Esse fogo divino é a origem da
vida, luz e amor – os poderes da alma que nos motivam a partir do interior. A alma em si é nosso fogo interior, a aspiração
espiritual profunda que nos acompanha através de todos os nossos nascimentos.
É a flama inextinguível, a testemunha por trás de todos os estados de
consciência, aquele-que-vê sempre em alerta. Todos nós somos manifestações do
fogo divino que é o Ser.
Yoga e Āyurveda como rituais do fogo
O Yoga e a Āyurveda são
ciências do agni ou fogo divino (agni-vidyā). Elas nos ensinam como o
fogo cósmico opera para que nós possamos adquirir equilíbrio e crescimento
interior. O fogo cósmico que existe externamente em todos os planos do
universo, da matéria grosseira ao puro Ser, tem uma contra-parte interna em
todas as camadas de nossa natureza individual, do corpo físico a consciência
imortal. É uma força catalítica necessária para que qualquer mudança
evolucionária ocorra. A Āyurveda
enfatiza o papel do agni em um nível
físico e nos mostra como equilibrar o fogo digestivo como base para uma saúde
física. O Yoga dá ênfase ao fogo do prāṇa e da meditação como mecanismos
para iluminação.
1. O ritual do fogo externo
Os Vedas ensinam um elaborado ritual do fogo conhecido como yajña ou sacrifício. Yajña refere-se ao redirecionamento ou a
transformação da energia, a mudança de uma substância de um nível para outro. A
idéia por trás do yajña é que seja lá
o que oferecemos ao divino, deve ser transformado em um nível superior de
manifestação.
No yajña um fogo especial é preparado de acordo com um procedimento
específico. Um altar ou buraco para pira é construído. Madeiras especiais são
utilizadas como combustível e o fogo é aceso de uma maneira precisa,
preferivelmente friccionando uma madeira na outra. Neste fogo sagrado nós
consagramos várias oferendas como arroz ou ghee,
que tanto alimentam o fogo e são transformadas por ele em várias essências.
Junto com estas oferendas, recitamos várias orações e mantras, buscando satisfazer nossos anseios e trazendo bênçãos
divinas ao mundo.
O fogo é o mensageiro entre o mundo material e a realidade
espiritual superior, entre o homem e os deuses. O que nós oferecemos no fogo é
carregado aos reinos invisíveis onde poderes superiores o reconhecem e
trabalham sobre ele, enviando-nos sua graça. Este fogo sagrado serve para
purificar o meio ambiente, não apenas em seu nível grosseiro, mas o sutil
também. Ele purifica o corpo astral
daqueles que sempre executam o sacrifício. Este é um ritual feito
regularmente em todos os aśrams e
deveria ser feito em casa periodicamente.
Oferendas ao fogo podem ser utilizadas para consquistar
objetivos ordinários na vida como saúde ou prosperidade. Podem ser utilizadas
para propósitos internos como o trabalho sobre um karma difícil, aplacar influências planetárias negativas ou a
consagração de várias práticas espirituais. Elas são parte da tecnologia
universal da evolução interior.
As cinzas do fogo, conhecidas como bhasma, possuem um efeito purificante, um poder curativo. Às vezes
algumas ervas são utilizadas junto com as cinzas do yajña. Neste caso, o bhasma
potencializa seus efeitos medicinais. Quando bhasma é produzido na presença de mestres espirituais, ele é
considerado muito mais poderoso.
Os melhores momentos para executar o ritual do fogo com as
oferendas são ao nascer do sol, meio dia e a hora do poente. Nestas ocasioões o
ritual é chamado de agni-hotra ou
invocação ígnea. As oferendas na lua nova ou cheia também são importantes e,
nos tempos védicos, vários rituais eram executados nas estações e em datas
anuais nestas luas. Tais pontos de junção ou transitórios, conhecidos como sandhis em sânscrito, são horas em que a
energia naturalmente se transforma, podendo ser mais facilmente trabalhada e
redirecionada.
2. O ritual do fogo
ayurvédico
No ritual do fogo ayurvédico, o fogo é o fogo digestivo, jatharagni. As oferendas são o alimento
que nós comemos. Isso se chama prāṇagni-hotra
ou a oferenda de fogo prânico, como ensinado pelos Vedas. Neste ritual nós oferecemos o alimento não somente ao jatharagni, mas aos pañca-prāṇas que trabalham com ele.
Antes da refeição,
devemos aspergir um pouco de água na comida para purificá-la. Enquanto se
asperge a água o mantra oṃ ou o gāyatrī pode ser entoado. Em seguida pode-se entoar o mantra védico amṛtopastaranaṃ asi svāhā (lit. você
é a toalha de mesa da imortalidade), enquanto ingere-se um pouco de água.
Logo após deve-se entoar os mantras
dos pañca-prāṇas (a cada mantra coloque um pouco de comida na
boca e se lembre do prāṇa e sua ação
como uma força divina que nos sustenta):
·
Oṃ prāṇaya svāhā
·
Oṃ apānaya svāhā
·
Oṃ vyānaya svāhā
·
Oṃ samānaya svāhā
·
Oṃ udānaya svāhā
No fim da refeição
deve-se entoar: amṛta pidhanaṃ asi svāhā
(lit. você é a vestimenta da imortalidade).
Svāhā é o mantra para se fazer qualquer oferenda ao fogo sagrado. Desta
forma, a comida que ingerimos nutre todos os nossos prāṇas através da transubstanciação proporcionada pelo fogo
digestivo.
3. Yoga, o ritual do fogo interior
O Yoga é o ritual do fogo interior. Ele não utiliza oferendas
externas, mas ao invés disso, as diferentes faculdades de nossa natureza. Na prática do Yoga nós oferecemos todos os
aspectos de nosso ser na pira crepitante de Deus. Existem diferentes
rituais yogīs do fogo, dependendo das
faculdades que oferecemos. O Yoga
utiliza o fogo da respiração e da mente para purificar e transformar a
consciência. Isso ocorre quando nos conectamos com o fogo divino que é Deus ou
o Ser interior. Isso requer o despertar do fogo de nossa alma para que possamos
brilhar como o sol interior. Nosso corpo sutil e seu sistema de nāḍīs e cakras é como uma grande árvore que precisa ser ascesa pelo fogo
interior da kuṇḍalinī que emana da
alma. O yogī em si mesmo se torna
fogo, o que abre o ājñā-cakra, a
força que projeta sua vontade no mundo. Todos
os verdadeiros yogīs procuram desenvolver o fogo yogī.
4. O fogo na natureza
Muitas formas de agni existem na natureza dirigindo o
processo de evolução. Primeiro, o fogo elemental que existe na Terra e nas
estrelas e que, em si, possui muitas formas. Existe o fogo vegetal que produz a
vida orgânica através da fotossíntese. Existe o fogo animal que produz emoção e
paixão. O profundo fogo animal dentro do verdadeiro fogo humano que promove a
verdade e a compaixão. Isso gera o fogo angélical que ascende o amor e a
devoção.
Estes cinco fogos
cósmicos relacionam-se com os cinco kośas
abordados anteriormente. O mais elevado é o fogo átmico ou o fogo do Ser que é
pura consciência, que é também o fogo bramânico ou a flama do Absoluto de pura
existência acima de tudo.
Os sete agnis e os cinco kośas
Cada um dos cinco kośas possui uma forma distinta de agni responsável por seu
desenvolvimento. Como o fogo digestivo, agni
em todos os níveis é à força de crescimento e equilíbrio, permitindo que
nutrientes sejam assimilados e o material residual seja eliminado.
1. O agni do annamaya-kośa
O agni do annamaya-kośa é o
fogo digestivo (jatharagni), cuja
localização é no abdômen, mais precisamente no intestino delgado onde a maior
parte da digestão dos alimentos ocorre. O fogo digestivo transforma o alimento
que comemos na essência dos cinco elementos. De sua ação produz-se a massa do
alimento digerido que provê nutrição a todos os tecidos através do plasma.
O ato de comer, de levar
a comida até a boca e estômago é de predominância kapha (água), que requer a liquefação do alimento. A ação da
digestão, transformando e abosrvendo o alimento no intestino delgado é de
natureza pitta (fogo), que está
intimamente associado ao agni. A ação
de eliminação através do intestino grosso é o campo de vāta (ar), onde os gases residuais são mantidos e liberados. Portanto, todos os três doṣas trabalham sob
o domínio de jatharagni.
O agni físico está intimamente conectado com a fala, que é a ação
dominante da boca. De fato, o corpo físico é um tubo construído ao redor do
trato digestivo. Alimentar-se
corretamente e falar adequadamente são processos complementares do annamaya-kośa.
O buscador deve tomar cuidado não apenas com o que entra na boca, mas com o que
sai dela também.
2. O agni do prāṇamaya-kośa
O agni do prāṇamaya-kośa é
o prāṇagni, o agni do prāṇa. Ele
trabalha nos pulmões e coração e se conecta ao jatharagni no plexo solar (agni-maṇḍala),
o centro prânico do corpo. Prāṇagni é responsável pela conversão do oxigênio que
inspiramos na força interna de vitalidade. Ele atua no sangue, senvindo
para oxigená-lo e dar a ele a cor vermelha. Através de prāṇagni nós digerimos ar ou prāṇa,
que se transforma em energia. A energia da respiração é mais sutil e imediata
do que a energia do alimento.
O ato de inspirar, como
comer, está sob o domínio de kapha e
o ato de expirar, como a eliminação, é de predominância vāta. Prāṇagni é energizado
através da retenção da respiração, que está associada a pitta. Prāṇagni também se conecta a fala, particularmente a fala
energizada com a respiração.
3. O agni do manomaya-kośa
O agni do manomaya-kośa é o
fogo da percepção, manasika-agni. Ele
permite a digestão das impressões sensoriais. Entre os órgãos dos sentidos, o
fogo mental é o que mais se conecta com os olhos, que correspondem ao fogo
entre os sentidos. Entre os órgãos de ação, ele é o mais conectado com a fala
em um nível mental – a fala dentro da mente, a voz interior. O agni mental digere as imressões e as transforma
no cenário interior, o campo de nossa imaginação.
4. O agni do vijñānamaya-kośa
O agni do vijñānamaya-kośa
é o fogo da discriminação, através do qual nós podemos discernir a verdade da
falsidade, o bom do mal, o certo do errado. O
fogo do manomaya-kośa é a moralidade neutra. Ele apenas digere as impressões. O
fogo do vijñānamaya-kośa digere, extrai seu significado, qualidade e conteúdo,
a idéia subjacente. Dele, nossas crenças e valores básicos são construídos.
O agni do vijñānamaya-kośa constrói o
corpo dhármico, o campo do insight e entendimento profundo.
5. O agni do ānandamaya-kośa
O agni do ānandamaya-kośa é
o fogo do amor que, em uma pessoa não desenvolvida é o fogo do desejo. Esta é a
flama de nossas aspirações e motivações mais profundas. Desejo pode ser
transformado no fogo do amor divino e bem-aventurança. Para isso, não devemos alimentar o fogo da bem-aventurança com prazeres
sensoriais, mas com devoção ao divino. O agni da bem-aventurança permanece no profundo significado da
experiência, extraindo dela o deleite ordinário dos sentidos. Este é o corpo de
regozijo divino que a sabedoria permite ser cultivado e desenvolvido.
6. Citta-agni, o fogo da consciência
Consciência, em si mesma,
tem a natureza do fogo, da luz e iluminação. Ela é conhecida como o fogo do
conhecimento, mas em um sentido superior ou espiritual, o auto-conhecimento – o
fogo da consciência (citta-agni) ou o
fogo de percepção pura, o fogo da lucidez. Este é o verdadeiro fogo interior ou
a luz da qual todos os outros fogos derivam sua luz e energia como um reflexo. É a testemunha de tudo e todo universo é seu
corpo.
7. O fogo de Brahman
O fogo de Brahman (brahmagni), que é o fogo do Ser e o fogo
da consciência (citta-agni) não são
diferentes, mas aspectos de uma mesma realidade. Brahmagni é o fogo da existência ou fogo universal. Ele está além
de toda dualidade. Toda existência é um fogo auto-existente. Essa é a suprema
realidade.
Os cinco agnis dos kośas e os membros do
pātañjala-yoga
A Āyurveda se baseia no desenvolvimento do agni, principalmente em um nível físico, equilibrando o jatharagni para uma digestão apropriada
dos alimentos e a eliminação das toxinas. Ela também trabalha para refinar o prāṇagni, o fogo da vitalidade, através
de ervas, exercícios, terapias especiais como pañca-karma e medidas rápidas de desintoxicação.
O Yoga se concentra no desenvolvimento do agni em níveis superiores, particularmente o fogo do vijñānamaya-kośa que se conecta ao fogo
divino ou fogo da consciência que é o puruṣa.
Através da meditação e do samādhi-yoga,
o adepto desenvolve os agnis dos kośas superiores. A prática do Yoga é o meio de se desenvolver o fogo
do Yoga a fim de se promover o
ascendimento da pira interior. Fogo é o
fator primordial de maturação e transformação da consciência em todos os seus
níveis.
No Yoga o agni chave é o prāṇagni. Existe uma conexão especial
entre o prāṇagni e os agnis mais profundos. Prāṇa é a energia primordial. Prāṇagni é o agni mais poderoso. Ele
purifica o corpo sutil e permite que as experiências internas do Yoga se
realizem. Enquanto prāṇagni não se
desenvolver, os estágios superiores do Yoga não podem ser alcançados.
A prática dos oito
membros (aṣṭāṅga-yoga) do pātañjala-yoga é designada ao
desenvolvimento de todos os cinco agnis
para alcançar nossa purificação e transformação interior. Os yamas e niyamas, as regras e disciplinas do sistema do Yoga, servem para colocar nossa vida em ordem para que possamos
preparar o combustível de nossa natureza para seu sacrifício (yajña) ao fogo divino. Sua prática
amadurece nosso caráter para que possamos manter aceso o fogo interior. A menos
que o combustível, o complexo mente-corpo, seja preparado adequadamente, ele
não pode ser queimado por este poder interior. A disciplina yogī da não-violência, veracidade,
controle da energia sexual, auto-disciplina, auto-estudo e entrega a Deus
mantém incandescente o fogo da vida, amadurecendo nossa caráter para que a
prática espiritual seja eficaz.1
1. Āsana e o jatharagni
A prática de posturas do Yoga equilibra, estabiliza e ascende o jatharagni, que auxilia na purificação
do corpo. Quando o corpo físico está calmo, imóvel, relaxado e equilibrado, o
fogo digestivo está purificado e equilibrado também. A correta execussão das
posturas resulta em boa digestão e eliminação, bem como um apetite regular e
saudável, sem excesso. Várias posturas têm a finalidade de aumentar o fogo
digestivo, particularmente às posturas sentadas.2
2. Prāṇāyāma e o prāṇagni
O objetivo principal do prāṇāyāma é desenvolver o prāṇagni,
o fogo do prāṇa para purificação do prāṇa, nāḍīs, cakras e todo corpo sutil. Prāṇagni
desenvolve-se entre a inspiração e a expiração, mas principalmente durante a
retenção. Ele é uma força diferente dos pañca-prāṇas,
embora esteja conectado a todos eles como sua fonte de calor e conexão
elétrica. Prāṇagni aumenta o calor
corporal fazendo-o suar, o que auxilia na purificação das nāḍīs. A combinação de prāṇāyāma
e mantra aumenta o prāṇagni que purifica e ajuda a
desenvolver o prāṇamaya-kośa.
3. Pratyāhāra e o indriya-agni
Pratyāhāra é o jejum das impressões sensoriais e inclui todos os métodos de
controle dos órgãos dos sentidos e de ação a fim de internalizar a atenção e
tornar a mente unidirecionada. Isso aumente o manasika-agni, o agni da
mente inferior ou externa e dos sentidos, através do qual nós desintoxicamos a
mente de impressões negativas.
4. Dhāraṇā e o manasika-agni
O fogo da mente deve
queimar de forma estável para que ele possa ser capaz de penetrar na natureza
da Realidade Absoluta. O fogo mental queima com estabilidade quando ele é
mantido consistentemente em certo objeto de atenção. Esta é a prática de dhāraṇā pela qual o fogo da atenção pode
crescer em brilho e força.
5. Dhyāna e o bauddhika-agni
Meditação é o meio
através do qual podemos aumentar o bauddhika-agni,
o fogo da inteligência. Para que isso ocorra, nossos pensamentos devem ser o combustível para o fogo da
consciência-testemunha. Permanecendo em um estado de observador, todas as
coisas se tornam combustível para consciência.
6. Samādhi e o ānanda-agni
Samādhi ou total absorção
cognitiva espiritual ocorre quando o objeto contemplado é completamente consumido
na pira do fogo da contemplação. Neste processo nos integramos ao fogo divino
que queima dentro de nosso coração. Este fogo nos purifica de todos os desejos
frívolos dos sentidos. Aqui experimentamos o fogo da bem-aventurança.
7. O estado natural de samādhi e o fogo da consciência
O Ser divino em nosso interior sempre se encontra em
estado de samādhi ou unidade espiritual.
Este samādhi é um estado constante, diferente
dos samādhis da mente que são
particularizados e que vêm e vão em vários níveis de experiência. O Ser é o
fogo divino que a tudo devora. Todo o universo é seu alimento. Ele consome
qualquer experiência, boa ou má, verdadeira ou falsa. Este é o fogo do Ser e
Consciência além de toda multiplicidade.
Chaves para o desenvolvimento dos sete agnis
1. Jatharagni – o fogo digestivo
·
Equilíbrio correto entre
a alimentação e eliminação através da correta digestão e absorção.
·
Dieta correta de acordo
com a constituição com alimentação sattvíca e óleos apropriados como ghee para alimentar o agni. Hábitos regulares de alimentação
de acordo com as estações com variações segundo o estágio da vida em que se
está vivendo.
·
Especiarias adequadas
como gengibre, cardamomo, açafrão, pimenta de caiena e pimenta preta.
·
Jejum para ascender o
fogo digestivo.
·
Calma e relaxamento
físico através de āsanas e exercícios
corretos.
·
Regulação da temperatura
corporal e desenvolvimento de resistência ao frio e mudanças bruscas de
temperatura.
2. Prāṇagni – o fogo do prāṇa
·
Respirar ar puro, de boa
qualidade, rico em íons negativos.3
·
Equilíbrio entre a
inspiração e expiração através da absorção correta do oxigênio e o
funcionamento apropriado dos pulmões.
·
Prática regular de prāṇāyāma, principalmente técnicas que
aquecem como bhastrikā e kapālabhāti.
·
Controle dos órgãos de
ação, evitando excesso de atividade, particularmente controle da fala e da sexualidade.
3. Manasika-agni – o fogo da mente
·
Equilibrando do agni da mente: equilíbrio entre as
impressões assimiladas e emitidas através da correta absorção das impressões.
·
Práticas de pratyāhāra que i. incluam jejum de
impressões e ii. conteção uniforme das impressões.
·
Visualizações para
controlar os sentidos a partir do interior.
·
Terapias sensoriais de
cores, aromas e sons.
·
Concentração nos sons
internos e na luz interna.
4. Bauddhika-agni – o fogo da inteligência
·
Equilibrando o agni da inteligência: julgamento
apropriado através da habilidade de discernir entre a verdade e a falsidade.
·
Estudo de filosofia e
ensinamentos espirituais.
·
Cultivo de valores
corretos e discriminação adequada.
·
Desenvolvimento da
discriminação entre o eterno e o transitório.
·
Cultivo da equanimidade e
do julgamento baseado na discriminação correta.
·
Contemplação e meditação.
5. Ānanda-agni – o fogo da bem-aventurança
·
Amor, devoção e
compaixão.
·
Correta associação com as
pessoas e relacionamentos dhármicos.
·
Adoração de Deus como
Mãe, Pai e Criador de tudo.
·
Respeito ao guru,
professores e ancestrais.
·
A prática da solidão
(retiro espiritual).
·
Lembrança estável da
verdadeira natureza do Ser.
·
Samādhi e união com o divino.
6. Citta-agni – o fogo da consciência
·
Oferenda de todas as
experiências ao fogo da consciência.
·
Observação, testemunha e
silêncio da mente.
·
Manter a consciência no
Ser imortal e imutável que reside em nosso coração.
·
Auto-realização.
7. Brahma-agni – o fogo divino
·
Ver a unidade do Ser em
todas as coisas.
·
Oferecer tudo a unidade
permanente do Ser.
·
Viver entregue ao
Absoluto.
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Obrigada pelo texto Fernando.Gostei muito em saber como o fogo se distribui em tudo .
ResponderExcluirViva o Fogo Divino!Viva o Ser!
Namaste
Patrícia